A equipe de enfermagem é importante para a humanização do atendimento na área obstétrica, mas as opiniões desses
profissionais sobre suas práticas ainda apresentam lacunas. Este trabalho investiga as percepções da equipe de enfermagem
sobre humanização na área obstétrica, mediante reanálise de material coletado em pesquisa qualitativo-exploratória anterior,
realizada em hospital de nível terciário no estado de São Paulo, visando a dar continuidade ao trabalho analítico, com o intuito
de aprofundar a compreensão do tema. Foram analisadas 10 entrevistas semiestruturadas com 6 enfermeiras e 4 auxiliares de
enfermagem do corpo profissional da instituição, que passaram por capacitações sobre humanização no hospital. Com base na
releitura do material, foram definidas as seguintes categorias: necessidade da formação em humanização; tensão interprofissional
como dificuldade na humanização; acúmulo de trabalho como barreira para a humanização; humanização como sinônimo de
participação da mulher; enfermagem como categoria responsável pela humanização e benefícios da humanização para a mulher.
Essas categorias expressam as dificuldades identificadas pela equipe de enfermagem na realização de práticas de humanização em
um centro obstétrico. Surgiram, ainda, os conflitos permeados pelas relações de poder intrínsecas ao funcionamento de equipes
multiprofissionais de saúde atuantes nesse cenário. A compreensão das dificuldades e dos conflitos na prática desses profissionais
no processo de humanização pode contribuir para que sejam traçadas estratégias de intervenção nessa área.
The nursing team is significant for the humanization of care in obstetrics, but there still remain some gaps regarding the opinion
of these professionals about their practices. This paper investigates the perceptions of the nursing team about humanization
in the obstetric field, by means of a reanalysis of material collected in a previous qualitative-exploratory research, conducted
in a tertiary care hospital in the state of São Paulo, Brazil, aiming to go further into the analytic work, in order to deepen the
understanding on the theme. Ten semi-structured interviews with six nurses and four nursing assistants who attended training
sessions on humanization within the hospital were analyzed. By rereading the material, the following categories were defined:
need of training in humanization; interprofessional tension as a difficulty for humanization; work accumulation as a barrier to
humanization; humanization as a synonym for women’s participation; nursing as a category responsible for humanization; benefits
of humanization for women. These categories express the difficulties identified by the nursing team when putting humanization
into practice at an obstetric center. There also emerged conflicts permeated by power relations inherent to the operation of
multiprofessional health teams working in the same scenario. Understanding the difficulties and conflicts in the practice of these
professionals concerning the humanization process may contribute to devise intervention strategies in this field.