Este artigo investiga as disputas sobre o tempo nas relações de trabalho entre sertanejos-pobres e demais grupos sociais no extremo norte de Goiás, entre as décadas de 1860 e 1920. Inspirado na História Social, compreendida em seu sentido mais amplo como um campo de relações e lutas de classes, empreende a análise e cruzamento de fontes oficiais, memorialÃsticas e literárias, objetivando compreender e explicar a tensão, constituÃda de negociações e resistências, envolvendo os modos costumeiros de “viver o tempo†dos sertanejos-pobres, as práticas de dominação dos fazendeiros locais e as polÃticas de disciplinarização do trabalho promovida pela provÃncia/estado de Goiás. Ao trilhar este caminho a investigação apontou haver permanecido neste sertão, em função de interesses especÃficos, certa integração entre vida, trabalho e lazer ao menos até a década de 1930.