Objetivo: compreender a percepção dos profissionais de saúde e das mães sobre a Caderneta da Criança. Métodos: estudo qualitativo, desenvolvido em Unidades de Saúde da Família, com 25 profissionais e 11 mães de crianças menores de três anos por meio de entrevista semiestruturada. O material empírico foi submetido à Análise Temática Indutiva e interpretado à luz do Interacionismo Simbólico. Resultados: a Caderneta da Criança foi percebida como ferramenta multiprofissional e intersetorial que possibilita a continuidade do cuidado, norteia a conduta do profissional e o cuidado à criança pela família. Contudo, ainda foi vista como cartão de vacinação. Quanto à utilização, foram mencionadas fragilidades durante a visita domiciliar e nos registros dos profissionais. Além disso, as mães a utilizavam apenas quando levavam a criança ao serviço de saúde. Conclusão: os profissionais e as mães apresentaram opiniões distintas sobre a Caderneta da Criança. Alguns a perceberam como uma extensão do prontuário e outros como ferramenta similar ao cartão da criança, sendo utilizada por profissionais específicos e em momentos pontuais. Contribuições para a prática: os dados revelam significados e percepções da equipe de saúde e mães sobre a Caderneta da Criança e sua utilização, trazendo contribuições para o conhecimento científico sobre o tema.
Objective: to understand the perception of health professionals and mothers about the Children's Handbook. Methods: qualitative study, developed in Family Health Units, with 25 professionals and 11 mothers of children under three years old by means of semi-structured interviews. The empirical material was submitted to Inductive Thematic Analysis and interpreted in the light of Symbolic Interactionism. Results: Child Health Handbook was seen as a multi-professional and intersectoral tool that allows continuity of care, guides the professional's conduct and the care of the child's family. However, it was still seen as a vaccination card. As for use, weaknesses were mentioned during home visits and in professionals' records. In addition, mothers only used it when they took the child to the health service. Conclusion: professionals and mothers presented distinct opinions about the Child Health Notebook. Some considered it as an extension of the medical record and others as a tool like the child's card, being used by specific professionals and at specific times. Contributions to practice: the data reveal meanings and perceptions of the health team and mothers about the Child's Health Handbook and its use, bringing contributions to the scientific knowledge on the subject.