A conquista européia das Américas abarcou sua religiosidade, cultura, vida social, polÃtica, economia, recursos naturais. Os missionários que aqui chegaram junto com espanhóis e portugueses, com algumas exceções, não estabeleceram diálogo com os povos amerÃndios. O objetivo era a doutrinação pura e simples. Mesmo com a emancipação das igrejas nacionais, sobretudo, a partir do inÃcio do século XX, esta dominação estrangeira ainda se faz presente de variados modos. Isto pode ser visto, por exemplo, na Teologia da Prosperidade, genuinamente norte-americana, que por estas terras, encontrou fértil solo. Não faltam pregadores (e ouvintes) dispostos a perpetuar esta ideologia, travestida de teologia, justificadora do acúmulo de riquezas, multiplicadora de um sistema de corte pós-moderno, cultuador do individualismo e do utilitarismo. O propósito deste artigo é descrever, ainda que sucintamente, o caminho percorrido pela teologia latino-americana nestes cinco séculos com enfoque nos encontros e desencontros desta com a cultura local.