A perda da tradição e o anjo da História: uma discussão entre Hannah Arendt e Walter Benjamin

Kairós

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ISSN: 2357-9420/1807-5096
Editor Chefe: Dr. Renato Moreira de Abrantes
Início Publicação: 20/01/2004
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Ciências Humanas, Área de Estudo: Antropologia, Área de Estudo: Ciência política, Área de Estudo: Educação, Área de Estudo: Filosofia, Área de Estudo: Psicologia, Área de Estudo: Sociologia, Área de Estudo: Teologia, Área de Estudo: Linguística, Letras e Artes, Área de Estudo: Multidisciplinar, Área de Estudo: Multidisciplinar

A perda da tradição e o anjo da História: uma discussão entre Hannah Arendt e Walter Benjamin

Ano: 2024 | Volume: 20 | Número: 2
Autores: F. R. Q. de Oliveira
Autor Correspondente: F. R. Q. de Oliveira | [email protected]

Palavras-chave: Mundo Comum, tradição, anjo da história.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Segundo Hannah Arendt, hoje o mundo comum encontra-se ameaçado pela usurpação da esfera pública por interesses do âmbito privado, tornando a vida biológica o bem supremo. O homem da ação perdeu espaço para o homem do trabalho e do consumo, o animal laborans. A ameaça totalitária comprovou que o processo de desmundanização é possível até as últimas consequências. Esse rastro teórico arendtiano tem nos movido a buscar compreender como se deu esse processo de colapso do mundo comum e se em plena modernidade ainda há formas de preservá-lo e renová-lo. Para tanto, diante de uma sociedade fruto da ruptura com a tradição, optamos por realizar, a partir do pensamento da autora, uma reflexão entre Hannah Arendt e Walter Benjamin. Ambos os pensadores realizam um diálogo reflexivo e crítico com relação à tradição e acreditam que mesmo sem uma tradição que nos ampare e oriente, há a possibilidade de, assim como o Anjo da História, adentrarmos ao campo de ruínas, olharmos para o passado e dele extrairmos algumas marcas luminosas. E, como nos diz a autora, “mergulharmos até as profundezas do mar” e nele enxergarmos “pérolas e corais”, momentos da história em que podemos ressignificar e, assim, nos convencer de que não podemos “virar as costas” para o mundo.



Resumo Inglês:

According to Hannah Arendt, today the common world is threatened by the usurpation of the public sphere by private interests, making biological life the supreme good. The man of action has lost space to the man of work and consumption, the animal laborans. Totalitarian threat has proven that the process of de-worlding is possible to its ultimate consequences. This theoretical trace of Arendtian thought has driven us to seek to understand how this collapse of the common world occurred and whether there are still ways to preserve and renew it in full modernity. Therefore, faced with a society born out of the rupture with tradition, we choose to undertake, based on the thought of our author, a reflection between Hannah Arendt and Walter Benjamin. Both thinkers engage in a reflective and critical dialogue regarding tradition; they believe that even without a tradition to support and guide us, there is the possibility, akin to the Angel of History, to enter the field of ruins, look to the past, and extract some luminous marks from it. And, as our author tells us, to “plunge into the depths of the sea” and see “pearls and corals” in it, moments in history where we can give new meaning and thus convince ourselves that we cannot “turn our backs” on the world.