Em 2020, a OMS declarou a pandemia da COVID-19, causada pelo novo coronavírus. Sua principal manifestação acontece no sistema respiratório (dispneia e tosse), mas pode acometer outros sistemas, com pior prognóstico em pacientes de idades mais avançadas e com comorbidades associadas. Objetiva-se compreender o perfil clínico-epidemiológico dos pacientes atendidos no Ambulatório pós-COVID da Universidade Municipal de São Caetano do Sul entre setembro de 2020 e julho de 2021, relacionando os fatores mais prevalentes com a gravidade do quadro clínico. Trata-se de um estudo transversal baseado em dados secundários, gerados de prontuários de pacientes acima de 60 anos e moradores do município de São Caetano do Sul que participaram do programa de reabilitação cardiopulmonar pós-COVID. Foram analisados 63 prontuários, sendo 29 de homens e 34 de mulheres, entre 60 e 85 anos (média de 72,5), sendo a maioria entre 60 e 69 anos. 28 participantes referiam comorbidades, sendo HAS a mais registrada, seguida de obesidade e diabetes mellitus. 16,21% dos pacientes eram tabagistas e as mulheres apresentaram mais comorbidades que os homens. Dos 28 participantes com comorbidades, 24 possuíam doenças associadas (2 ou mais comorbidades) e 32 (14 homens e 18 mulheres) referiram internação pela COVID-19. Concluiu-se que o grupo que precisou de reabilitação pós-infecção pelo coronavírus era composto majoritariamente por mulheres com comorbidades. Isso fortalece a ideia de que antecedentes mórbidos pessoais contribuem para evolução em quadros mais complicados e com sequelas que dificultam a recuperação.