Perfil da Intervenção Coronária Percutânea no Infarto Agudo do Miocárdio com Supradesnivelamento do Segmento ST no Brasil de 2006 a 2010 – Registro CENIC

Revista Brasileira De Cardiologia Invasiva

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Site: http://www.rbci.org.br/
Telefone: (11) 3849-5034
ISSN: 1041843
Editor Chefe: Áurea Jacob Chaves
Início Publicação: 31/12/1992
Periodicidade: Trimestral
Área de Estudo: Medicina

Perfil da Intervenção Coronária Percutânea no Infarto Agudo do Miocárdio com Supradesnivelamento do Segmento ST no Brasil de 2006 a 2010 – Registro CENIC

Ano: 2011 | Volume: 19 | Número: 2
Autores: Bruno da Silva Matte, Luiz Carlos Corsetti Bergoli, Julise Arpini Balvedi, Alexandre do Canto Zago
Autor Correspondente: Bruno da Silva Matte | [email protected]

Palavras-chave: Infarto do miocárdio, Angioplastia, Stents, Sistema de registros, Protocolos clínicos.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O infarto agudo do miocárdio (IAM) persiste como
importante causa de morbidade e mortalidade. Este estudo
visa a delinear o panorama nacional da intervenção coronária
percutânea (ICP) no cenário do IAM, analisando diferentes
períodos e regiões do Brasil, com enfoque na ICP primária
e nos tratamentos adjuntos farmacológicos e mecânicos.
Métodos: Foram analisados dados de 20.004 pacientes
com diagnóstico de IAM com supradesnivelamento do
segmento ST (IAMCSST) e submetidos a ICP, provenientes
do Registro CENIC (Central Nacional de Intervenções Cardiovasculares),
de janeiro de 2006 a dezembro de 2010.
Esses dados são oriundos de 252 centros localizados em
22 Estados das cinco regiões do País. Resultados: A ICP
primária correspondeu a 57,8% das ICPs realizadas no
contexto do IAM, seguida de ICP eletiva pós-IAMCSST
(35,7%), ICP de resgate (6,1%) e ICP facilitada (0,4%). A
evolução ao longo dos anos evidencia aumento progressivo
do número de ICPs primárias no Brasil, partindo de
56,7% do total em 2006 para 71,6% em 2010. O tempo
médio porta-balão da ICP primária no Brasil nesse período
foi de 2 horas. A aspiração de trombos aumentou de 0,4%
em 2006 para 8,2% dos casos em 2010. A taxa média de
sucesso do procedimento foi de 93,8%, enquanto a de óbito
hospitalar foi de apenas 2,8%. Conclusões: A ICP no cenário
do IAMCSST vem apresentando avanços de 2006 a 2010,
embora de maneira heterogênea nas diferentes regiões do
Brasil, mediante aumento das taxas de ICP primária e
maior utilização de dispositivos de aspiração de trombo, os
quais ainda não foram incorporados na rotina. Investimentos
em recursos humanos e implementação de protocolos de
atendimento constituem elementos essenciais para a otimi-zação do tempo porta-balão e para a melhora dos resultados
clínicos.



Resumo Inglês:

Acute myocardial infarction (AMI) remains a
major cause of morbidity and mortality. This study aims to
outline the national profile of percutaneous coronary intervention
(PCI) in the setting of AMI, analyzing different
time periods and geographic regions, with focus on primary
PCI and adjunctive pharmacological and mechanical treatments.
Methods: Data from 20,004 patients with ST elevation
myocardial infarction (STEMI) undergoing PCI and included
in the CENIC Registry (National Center of Cardiovascular
Interventions) from January 2006 to December 2010 were
included in this study. Data were obtained from 252 centers
located in 22 states from five different geographic regions
in the country. Results: Primary PCI accounted for 57.8%
of PCI performed in the setting of AMI, followed by elective
PCI after STEMI (35.7%), rescue PCI (6.1%) and facilitated
PCI (0.4%). The evolution over time showed a progressive
increase in the number of primary PCIs in Brazil, from 56.7%
in 2006 to 71.6% in 2010. The mean door-to-balloon time
of primary PCI in Brazil during this period was 2 hours.
Thrombus aspiration increased from 0.4% in 2006 to 8.2%
of cases in 2010. Procedural success rate was 93.8%, while
in-hospital mortality was only 2.8%. Conclusions: PCI in the
setting of STEMI has improved from 2006 to 2010, although
heterogeneously in the different regions of Brazil, due to
increased primary PCI rates and higher use of thrombus
aspiration devices, which have not been incorporated inthe routine practice. Investments in staff training and implementation
of clinical protocols are essential to optimize
the door-to-balloon time and improve clinical outcomes.