O perfil dos novos presbíteros designados como “Padres Novos”, ordenados, sobretudo, na última década, têm apresentado significativas mudanças em relação à perspectiva dos padres das décadas de 1970-1980, mais alinhados à renovação do Concílio Vaticano e à tradição libertadora latinoamericana. Visando caracterizar esse novo perfil presbiteral, a fim de colaborar com os processos pastorais nas Igrejas locais e a formação dos novos presbíteros, desenvolveu-se um projeto de iniciação científica veiculado à PUCPR (PIBIC) intitulado “Perfil dos Padres Novos do Brasil” aplicado, primeiramente, no Regional Sul II da CNBB (Paraná). Os dados aqui apresentados correspondem ao material coletado em uma das dioceses do regional. Numa primeira fase realizou-se uma escuta analítica dos presbíteros destas duas perspectivas e de pessoas com eles sintonizados com relação à sua visão de mundo, de Igreja e do próprio ministério. Num segundo momento, entrevistaram-se jovens homens e mulheres pertencentes a organizações eclesiais, sintonizados com os dois modelos presbiterais. A metodologia consistiu no planejamento e realização de uma pesquisa de campo qualitativa com trinta questões fechadas, semiabertas e abertas, organizadas em três blocos específicos. A análise preliminar dos dados deu-se a partir do cruzamento dos dados coletados dos/as jovens e dos presbíteros das duas perspectivas definidas, conjuntamente ao um aprofundamento teórico das organizações juvenis, novo cenário com o qual a pesquisa interagiu. Como resultados averígua-se que, no geral, a visão dos jovens converge com o pensamento dos padres de sua perspectiva. Entre as amostras juvenis, se percebe que as duas perspectivas, embora discordem sobretudo em questões relacionadas à estrutura eclesial e a processos de pastoral, também apresentam afinidades de opiniões, principalmente no que tange ao olhar sobre mundo. Os/as jovens sintonizados com a perspectiva dos “padres novos” veem estes presbíteros mais ligados a questões morais e espirituais que eles mesmos. Já os/as jovens sintonizados com a perspectiva dos padres das décadas de 1970/80 veem a Igreja de modo mais positivo que os padres de sua perspectiva. Referente às organizações juvenis, se observa que na ação evangelizadora junto a elas especial atenção precisa ser dada à formação integral e acompanhamento das mesmas.