O crescente consumo de substâncias psicoativas (SPAs) é complexo problema de saúde coletiva,
demandando a construção de polÃticas e ações que viabilizem a prevenção e reabilitação psicossocial dos
usuários abusivos ou dependentes. O presente artigo se configura como estudo descritivo, de natureza
quantitativa que objetivou traçar o perfil sociodemográfico da população total de usuários de SPAs do CAPS ad, fazendo uma análise comparativa entre os anos 2000 (ano de inauguração) e 2009 e, identificar se as propostas de intervenção(estratégias) acompanharam as alterações no perfil nesses nove anos. Foram coletados dados dos prontuários e codificados no Excel. Perfil encontrado: verificou-se a prevalência de: homens, solteiros, sem filhos, com idade entre 21 a 40 anos, usuários de álcool, com baixa escolaridade, e parcela desempregada. A maioria nasceu em Campos dos Goytacazes, residindo na região norte, tendo acessado o CAPSad por encaminhamento profissional, com baixa permanência no tratamento e significativo percentual de internação em hospital psiquiátrico. Algumas alterações em 2009: crescimento do percentual de mulheres e adolescentes, das ocupações informais e da demanda judicial, com expressivo consumo de crack associado a outras SPAs. Surgimento de internações em outras Instituições: CRIAAD(Centro de Recursos Integrados de Atendimento ao Adolescente), Instituto Padre Severino, PU Psiquiátrico e significativo percentual em Hospital Geral. Conclusão: Grave problemática no uso de SPAs, principalmente crack, com prejuÃzos à saúde e vida dos usuários, sugerindo-se novas estratégias frente à s demandas emergentes: implantação de grupo de mulheres, equipe interdisciplinar especÃfica para o trabalho com adolescentes, sistematização de dados para elaboração de protocolos de atendimento com equipes da REDE, facilitando avaliação das intervenções, proposta de implantação do CapsadIII (24 horas). Apesar das limitações, espera-se que os resultados possam subsidiar melhor reestruturação dos prontuários e novos estudos, otimizar o cuidado com os usuários e contribuir para o fortalecimento de uma rede articulada de serviços, que garanta-lhes a assistência e participação em todos os nÃveis de atenção.