Neste artigo, analisamos as práticas avaliativas externas no Ciclo de Alfabetização dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, buscando compreender as relações entre essas avaliações e a perspectiva das crianças envolvidas no processo, tendo como objetivos específicos: compreender como as crianças concebem essa avaliação; perceber o que elas sabem e pensam sobre o SPAECE-Alfa e analisar os sentimentos que desenvolvem em relação ao aplicador da prova do SPAECE-Alfa. Focamos no conceito de avaliação externa a partir da definição de avaliação em larga escala, sob a perspectiva dos estudiosos Sant’Anna (1995), Luckesi (2008 e 2013), Libânio (2017) e Firme (2017), associando essa discussão à definição de alfabetização fornecida por Soares (2014). A pesquisa, de natureza qualitativa, foi feita, por meio de entrevistas, com seis crianças do segundo ano do ensino fundamental de duas escolas públicas de um município de pequeno porte do estado do Ceará, localizado na região metropolitana de Fortaleza. A análise dos dados revela que a Avaliação do SPAECE-Alfa afere apenas superficialmente as habilidades que as crianças precisam desenvolver em seu processo de alfabetização e que não considera também as expectativas dessas crianças, provocando-lhes sentimentos como medo, ansiedade e os diversos outros expressos em suas falas.