Novas formas de fazer poesia surgem em meio aos suportes computacionais. Esse novo fazer poético apresenta uma inovadora forma de escrita para os olhos, consequentemente categorias poéticas próprias do suporte computacional começam a se configurar nos sistemas criados nestes meios. Isso exige dos leitores novos olhares e interpretações, numa adequada forma de ver-ler-ouvir-traduzir a poesia. A proposta desse artigo é apresentar uma possÃvel metodologia de abordagem de poéticas digitais, independente da tecnologia e programas disponÃveis no momento histórico de suas composições. A base teórica que auxiliará na explicitação da abordagem será a semiótica triádica de Charles Sanders Peirce. A importância da semiótica peirciana está em dispor de um modelo teórico que abrange o estudo dos signos verbais e não-verbais. Para Décio Pignatari (2004), a semiótica peirceana destina-se a desempenhar um papel de relevo, tanto na crÃtica literária quanto na teoria. Espera-se, neste sentido, contribuir com o percurso conceitual-teórico geral já existente sobre poesia em meios computacionais, algo que vem sendo tão bem desenvolvido por autores como Julio Plaza, Antônio Risério, Philadelpho Menezes, José Augusto Mourão, Pedro Barbosa, Jorge Luiz Antonio, Alckmar Luiz dos Santos, Pedro Reis e Rui Torres, só para citar alguns importantes pesquisadores.