Este ensaio pretende explorar a possibilidade de descolonizar a missão cristã, explicitando os eixos constitutivos do pensamento decolonial formulado pelo programa de investigação interdisciplinar modernidade/colonialidade, evidenciando alguns elementos-chave para um discurso crítico, e comparando esses enfoques com a produção documental da preparação e da realização do Sínodo dos Bispos para a região Pan-Amazônica. As balizas fincadas pelas conferências gerais do episcopado latino-americano e caribenho de Medellín (1968) até Aparecida (2007), já representam um certo caminho situado de descolonização da missão evangelizadora, com suas vertentes de libertação integral, opção pelos pobres, comunidades eclesiais de base, inculturação, discipulado missionário. Continuando com essa tradição, o sínodo para a Amazônia pleiteou um grande passo à frente, respondendo positivamente, profundamente e criativamente à possibilidade e à urgência de descolonizar a missão cristã, elaborando uma reflexão em perspectiva decolonial, exigindo uma decidida conversão pastoral, cultural, ecológica, sinodal, e traçando linhas de ação de diálogo político, intercultural, interreligioso e interespiritual.
This essay intends to explore the possibility of decolonizing the Christian mission, explaining the constitutive axes of decolonial thinking formulated by the interdisciplinary research program modernity/coloniality, highlighting some key elements for a critical discourse, and comparing these approaches with the documentary production of the preparation and realization of the Synod of Bishops for the Pan-Amazon region. The goals set by the general conferences of the Latin American and Caribbean episcopate from Medellín (1968) to Aparecida (2007), already represent a certain path of decolonization of the evangelizing mission, with its aspects of integral liberation, option for the poor, base communities, inculturation, missionary discipleship. Continuing with this tradition, the synod for the Amazon called for a great step forward, responding positively, deeply and creatively to the possibility and urgency of decolonizing the Christian mission, elaborating a reflection in a decolonial perspective, demanding a decided pastoral, cultural, ecological, synodal conversion, and outlining lines of action for political, intercultural, inter-religious and interspiritual dialogue.