O presente trabalho destaca duas perspectivas diferentes sobre o casamento. Através de um estudo comparativo dos contos, “Eveline” do escritor irlandês James Joyce e “A fuga” da brasileira Clarice Lispector serão descritos e analisados quais fatores influenciam os posicionamentos das personagens, observando o casamento como forma de se conseguir a libertação, enquanto outra personagem concebe o casamento como uma prisão. O modo como cada uma delas lidava com a ideia do casamento, ou o qual significado tinha para cada uma delas também será descrito. Também será analisado o lugar na sociedade que tais mulheres ocupavam a partir das perspectivas de escritores que fizeram estudos a respeito da posição da mulher na sociedade, especificamente no final do século XIX e início do século XX, como Margaret Rago. Ideologias, culturas e sentimentos, como o medo, estão presentes em ambos contos e essas características podem ser comparadas e estudas a partir do psicanalista Eric Fromm à respeito do medo de ser livre. Apoiando-se no livro “O medo à liberdade”, deste mesmo autor, pode-se perceber que tais perturbações ou inquietações sentidas pelas personagens, são oriundas de percepções culturais sobre a sociedade da época, como a religião, a posição social e a comunidade na qual as mulheres estão inseridas.
This paper highlights two different perspectives on marriage. Through a comparative study of short stories, "Eveline", written by the Irish writer James Joyce and "A Fuga", written by the Brazilian writer Clarice Lispector will be described and analyzed which factors influence the positioning of the characters, describing marriage as a way to freedom, while another character perceives marriage as a prison. The way each dealt with the idea of marriage, or which had meaning for each of them will also be described. Also will analyze the place in society that these women occupied from the perspectives of writers who have made studies about the position of women in society, specifically in the late nineteenth century and early twentieth century, as Margaret Rago. Ideologies,cultures and feelings, like fear, are present in both stories and these characteristics can be compared and studied from the psychoanalyst Eric Fromm about the fear of being free. Relying on the book "O medo à liberdade", this same author, one can realize that such disturbance or uneasiness felt by the characters are from cultural perceptions about the society of that time, such as religion, social position and community in which women are presented.