Este trabalho discute razões pelas quais se deve esperar que governos representativos
mantenham um programa institucionalizado de pesquisa de opinião pública. O argumento
divide-se em quatro seções. Na primeira, discutem-se razões teóricas e operacionais para
que os governos acompanhem ao longo do tempo o comportamento de opiniões e preferências
dos cidadãos. Na segunda, descrevem-se as consequências da (im)popularidade
governamental, medida sintética e crucial da relação entre representantes e representados.
Em seguida, uma terceira seção aponta possÃveis fronteiras ou limites que permitiriam
distinguir o escopo das pesquisas de opinião pública realizadas pelos governos daquele das
conduzidas com propósito cientÃfico, mercadológico e, sobretudo, eleitoral. Finalmente, a
quarta seção descreve a recente experiência do governo brasileiro nessa área.
This paper presents reasons to expect that representative governments conduct public
opinion research in frequent and institutionalized bases. The rationale is divided into four
sections. The first addresses theoretical and operational motives to understand why
governments should follow variations in citizen preferences and opinions through time.
The second describes some consequences of government popularity (or the lack of it),
taking advantage of this short and crucial measure of the state of the relationship between
representatives and represented. Next, the third section suggests some boundaries for public
opinion government research, which allows distinguishing its scope from those conducted
with scientific, marketing or electoral purposes. Finally, the last section describes the
recent experience of the Brazilian government with public opinion research.
Este artÃculo evalúa razones por las cuales es deseable que los gobiernos
representativos mantengan un sistema institucionalizado de investigación de la opinión
pública. El argumento se desarrolla en cuatro apartados. El primero considera las razones
teóricas y operacionales por las cuales se puede esperar que los gobiernos mantengan a lo argo del tiempo un seguimiento del comportamiento de las opiniones y preferencias de los
ciudadanos. El segundo presenta las consecuencias de la (im)popularidad gubernamental,
que es una variable sÃntesis de la relación entre representantes y representados. El siguiente
apartado señala posibles lÃmites de la investigación gubernamental de la opinión pública,
que permiten entender sus diferencias con otros tipos de estudios, como los cientÃficos, de
mercado o electorales. Por fin, el último apartado presenta la experiencia reciente del
gobierno brasileño en ese ámbito.