Este trabalho teve por objetivo investigar de que forma as plantas medicinais utilizadas pelos moradores da comunidade quilombola Furnas do DionÃsio (Jaraguari, MS) podem contribuir com uma apropriação significativa de conteúdos de botânica aos alunos do ensino médio da escola da comunidade. Foram propostas intervenções pedagógicas baseadas no diálogo entre conhecimento tradicional e cientÃfico em sala de aula e na comunidade, no sentido de estabelecer uma conexão entre seus saberes etnobotânicos (sobre as plantas medicinais) e os conteúdos de Biologia Vegetal. Inicialmente foram realizadas entrevistas e aplicados formulários junto aos moradores da comunidade, permitindo diagnosticar suas práticas etnobotânicas. Assim, norteado por método etnográfico, foram investigados esses saberes locais e, posteriormente, por meio de pesquisa empÃrica de cunho qualitativo, foram transpostos para a sala de aula e comparados aos conteúdos de Botânica dos livros didáticos utilizados na escola. Os resultados indicam que os alunos compartilham volume significante de saberes e práticas próprios de suas tradições culturais, que ora, diante da intensificação do processo de globalização, apresentam riscos de desaparecimento e/ou descaracterização. Levando-se em conta a metodologia utilizada para investigar os saberes locais sobre as plantas medicinais, conclui-se que essa contribuição foi significativa para a aprendizagem de Botânica. A inclusão dos conhecimentos etnobotânicos nas aulas de Biologia abriu possibilidades para o diálogo entre os saberes empÃricos dos estudantes e os conteúdos do Ensino de Botânica.
This study was to investigate how the medicinal plants used by residents of the black community of Furnas do DionÃsio (Jaraguari, MS), can contribute a significant ownership of content from botany to high school students from school community. Educational interventions have been proposed based on dialogue between traditional knowledge and science in the classroom and community, to establish a connection between their ethnobotanical knowledge and the contents of Plant Biology. Initially interviews were conducted and implemented forms with the residents of the community, allowing diagnose ethnobotanical practices. Thus, guided by the ethnographic method, we investigated these local knowledge and, subsequently, through empirical research with qualitative, were transferred into the classroom and compared the content of Botany of textbooks used in school. The results indicate that students share a significant body of knowledge and practice their own cultural traditions, which now, given the intensification of the globalization process, present a risk of disappearance and / or distortion. Taking into account the methodology used to investigate the local knowledge about medicinal plants, it is concluded that this contribution was significant to the learning of botany. The inclusion of ethnobotanical knowledge in the world of biology has opened possibilities for dialogue between the empirical knowledge of students and the content of teaching botany.