Este artigo propõe a apresentação de duas qualidades da sala de musicoterapia: a plasticidade e a elasticidade. São exemplificadas através de duas vinhetas clínicas. Estas vinhetas também demonstram ciclos criativos que ocorrem através de intervenções que envolvem tecnologia com um grupo específico, composto por oito adultos com transtorno do espectro do autimo (TEA). Em dinâmica de musicoterapia, musicoterapeutas identificam necessidades e interesses do grupo e intervêm no aqui-e-agora das sessões. O material musical produzido, então, pode ser arranjado fora do espaço da terapia com ou sem a presença dos pacientes. A composição clínica arranjada, ou a trilha sonora, é trazida novamente para o grupo que responde a ela e continua a recriá-la. Esta dinâmica terapêutica permitiu o entendimento de que o setting de musicoterapia pode conter duas qualidades importantes: PLASTICIDADE (pode ser transformado de acordo com a necessidade clínica; musicalmente, em uma estação de trem, por exemplo) e ELASTICIDADE (pode ser ampliado, extendido, significando que a intervenção clínica pode ocorrer fora do espaço do consultório sendo uma extensão do setting terapêutico; por exemplo, no estúdio musical, em um palco de teatro etc.). Assim forma-se um ciclo clinico-criativo que envolve o dentro e o fora do setting de musicoterapia. Como conclusão, a ideia de que a experiência musicoterapêutica, realizada através do fazer criativo-musical, pode alcançar níveis mais abrangentes, colaborativos e sociais.
This article presents two qualities of the music therapy room, exemplified by two clinical vignettes. The vignettes also demonstrate the creative cycles that occur through interventions involving technology with a specific group of eight young adults with autism spectrum disorder (ASD). In regular music therapy dynamics, therapists identify the group’s needs and intervene musically in the here-and-now. The produced musical material, then, can be arranged outside the music therapy room with or without the presence of the clients. The arranged clinical composition or soundtrack is brought back to the group’s process which responds to the intervention, in this way restarting the creative cycle. This therapeutic dynamic enabled me to experience the fact that the music therapy room can have two very powerful qualities: its plasticity (it can be transformed in something else, musically; a train station) and its elasticity (it can be stretched, meaning that an intervention can occur in an extra place as an extension of the music therapy room; a music studio). In saying that, I am also stating that the musicking can be broader, more collaborative, and more social.