Nos últimos anos, alguns políticos de três níveis de estados federativos, têm frequentado a região do alto Rio Negro em busca de flexibilizar as políticas de movimentos indígenas quanto à questão de exploração mineral em terras indígenas. Em seus discursos usam os termos preconceituosos como ‘mendigos, pobres e miseráveis’ em relação aos povos indígenas que vivem em centro urbano, entorno e nas comunidades dos interiores das terras demarcadas. Como contraponto a estes discursos o artigo busca demostrar que tais termos, assim como os conceitos, não existiam nas línguas nativas da região. O estado de pobreza, mendicidade e miséria não existe nas aldeias indígenas, nem entre aqueles que conseguem se estabelecer profissionalmente nas cidades. Trata-se, no entanto, de uma situação encarada por indígenas que, atraídos pela ideia de terem uma boa vida na cidade, não conseguem superar os inúmeros obstáculos que enfrentam e acabam encarando uma situação social e econômica degradante.