: Este texto analisa a espacialidade e a motricidade do corpo
próprio investigadas por Merleau-Ponty na Fenomenologia da
percepção e indica que elas descerram a perspectiva existencial e
temporal implicadas no poder de projetar-se do ser no mundo. A
intencionalidade corporalizada responde às solicitações do ambiente
vital e recria sempre uma orientação para a existência. Tal atitude
não é equiparável a um puro estipular de posições no mundo fÃsico.
Isto é, a tonalidade do perceber é motivada, nesse sentido, o espaço
é existencial, assim como a existência é espacial, quer dizer, a
espacialidade da existência corresponde à deiscência do existir, a
uma força em direção ao mundo.