Poder feminino, autonomia e aids: motivações para gestação de mulher sorodiscordante para o HIV

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ISSN: 2175-6783
Editor Chefe: Ana Fatima Carvalho Fernandes
Início Publicação: 10/01/2000
Periodicidade: Diário
Área de Estudo: Ciências da Saúde

Poder feminino, autonomia e aids: motivações para gestação de mulher sorodiscordante para o HIV

Ano: 2012 | Volume: 13 | Número: 2
Autores: E. S. M. Cabral, A. M. Gonçalves, J. D. R. Pessalacia
Autor Correspondente: E. S. M. Cabral | [email protected]

Palavras-chave: Síndrome de Imunodeficiência Adquirida; Gravidez; Identidade de Gênero; Estigma Social; Autonomia Pessoal.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Poucos estudos discutem, através da participação e argumentação dos sujeitos vivendo com HIV, situações conflitantes acerca de seus direitos reprodutivos e do trabalho das equipes que os assistem. Objetivou-se conhecer as motivações que levaram uma mulher sorodiscordante a optar por engravidar, pelo método natural, mesmo ciente dos riscos para a mãe e para o feto. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, utilizando-se o estudo de caso como estratégia metodológica. O materialismo histórico dialético serviu de referência teórica para a análise. Fundamentaram-se as discussões no modelo da bioética principialista. Através dos resultados, refletiu-se sobre autonomia enquanto conflito entre direitos individuais e riscos para o concepto; gênero e poder; manutenção da dependência e submissão feminina, e além de estigma social em relação à doença. Concluiu-se que os profissionais devem basear-se em condições históricas e sociais reais, reconhecendo a autonomia, os direitos e valores culturais dos envolvidos.



Resumo Inglês:

Few studies discuss, through participation and advocacy of HIV-positive individuals, situations involving conflict about their reproductive rights and the work of health care teams. This study aimed at understanding the motivations that led a serodiscordant woman to choose pregnancy, even being aware of the risks to mother and fetus. It’s a qualitative study, adopting the case study as a methodological strategy. The historical and dialectical materialism served as theoretical framework for the analysis. The discussions were based on the model of principlist bioethics. Reflections on autonomy point to a conflicting issue between individual rights and risks for the future baby; gender and power; feminine submission and dependence, and social stigma about the disease still prevails. We concluded that professionals should be based on actual historical and social conditions, providing autonomy and recognizing rights and cultural values of those involved.