A política como tragédia e ação moral na obra de Hans J. Morgenthau

Revista Conjuntura Austral

Endereço:
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Av. João Pessoa 52, Sala 33 - 3° Andar
PORTO ALEGRE / RS
90040-000
Site: http://seer.ufrgs.br/ConjunturaAustral
Telefone: (51) 3308-3963
ISSN: 21788839
Editor Chefe: André Luis Reis da Silva
Início Publicação: 31/07/2010
Periodicidade: Trimestral
Área de Estudo: Ciência política

A política como tragédia e ação moral na obra de Hans J. Morgenthau

Ano: 2021 | Volume: 12 | Número: 58
Autores: Pedro Diniz Rocha
Autor Correspondente: Pedro Diniz Rocha | [email protected]

Palavras-chave: Teoria das Relações Internacionais, Realismo Clássico, Hans Morgenthau, Ação moral, International Relations Theory, Classical Realism, Hans Morgenthau, Moral action

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O objetivo deste artigo é o de desvendar o papel da moralidade na ação estatal no Realismo Clássico a partir de revisita a obra de Hans J. Morgenthau. Argumenta-se que a teoria política proposta pelo autor tem base deontológica mista (ou fraca) e se constrói em oposição àquelas deontológicas fortes e utilitaristas. Nesse contexto, se tem que o estadista em ofício pode ser levado pela natureza da política a adotar ações moralmente condenáveis, mas não se livra da culpa de suas escolhas e possui responsabilidade moral no exercício de sua agência. Na impossibilidade de realizar o bem maior em âmbito político e consciente de não poder fazê-lo, o tomador de decisão prudente deve escolher cursos de ação a partir da lógica do mal menor. Ao revisitar Morgenthau a luz da teoria política internacional destacando o debate sobre ação moral contida em seus escritos, o artigo busca contribuir tanto para literatura especializada em tradições de ética internacional, quanto para o esforço contemporâneo de releitura do Realismo Clássico em meio às teorias de Relações Internacionais.



Resumo Inglês:

The main goal of this article is to unveil the role of morality in State action on Classical Realism by revisiting the work of Hans J. Morgenthau. It is argued that Morgenthau’s international political theory is built in a mixed-rule deontology framework, in opposition to strong deontology and utilitarianism ideas. For the author, a statesman may bes prompted by the nature of politics to take morally reprehensive actions but nevertheless has moral responsibility in his agency and cannot get rid of the guilty from its choices. Given the impossibility of the greater good in politics and a statesman awareness of this dilemma, a prudent leader has to choose the lesser evil. By revisiting Morgenthau focusing on the moral aspect of Morgenthau writings, this article seeks to contribute for the specialized literature on traditions of international ethics, and for the recent effort of rereading Classical Realism in International Relations Theory