A investigação dos efeitos de um campus universitário sobre a economia local é ainda incipiente no Brasil. Mesmo em nível internacional, são raros estudos que utilizem métodos robustos de estimação desses efeitos e, muito menos, que busquem diferenciá-los ao longo do tempo. Neste artigo avaliam-se os impactos iniciais da política de expansão das universidades federais ocorrida na década de 2000 sobre as economias municipais. Para tanto, partindo de um amplo conjunto de dados socioeconômicos, aplica-se a técnica de pareamento por escore de propensão e, em seguida, estima-se o Efeito Tratamento sobre Tratados pela política. Os resultados indicam que a expansão da rede federal elevou a renda per capita dos municípios beneficiados entre 3,5% e 5,8%, em média, mas que não houve ganho adicional relacionado ao tempo de implantação dos campi. Este padrão sugere que os novos campi foram capazes de gerar um impulso inicial sobre o nível de demanda local, fruto dos gastos envolvidos na implantação e funcionamento, mas sinaliza para uma possível dificuldade em gerar saltos de produtividade normalmente esperados com a implantação dessas estruturas. Neste caso, seria possível buscar um maior retorno desses investimentos a partir da reavaliação dos critérios para criação de novos campi e da melhor focalização das ações daqueles já existentes.