Política religiosa e religião política: os evangélicos e o uso político do sexo

Estudos De Religião

Endereço:
Rua do Sacramento, 230 Rudge Ramos
São Bernardo do Campo / SP
09640-000
Site: http://www.metodista.br/revistas/revistas-ims/index.php/er
Telefone: (11) 4366-5808
ISSN: 0103801X
Editor Chefe: Etienne Higuet
Início Publicação: 28/02/1985
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Teologia

Política religiosa e religião política: os evangélicos e o uso político do sexo

Ano: 2013 | Volume: 27 | Número: 1
Autores: S. D. Souza
Autor Correspondente: S.D. Souza | [email protected]

Palavras-chave: religião, política, aborto, homossexualidade

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

A presença evangélica no cenário político brasileiro começou a se intensificar só nas últimas
décadas, a partir dos anos 1980, durante o processo constituinte. Os motivos para
esse despertar tardio, ou para essa visibilidade mais recente, são políticos, econômicos e
religiosos. Apesar de recente, a participação mais visível e mais agressiva dos evangélicos
no mundo da política tem gerado um amplo debate na sociedade brasileira e colocado
novos (ou antigos?) questionamentos à laicidade do Estado. Os evangélicos têm-se inserido,
cada vez mais, no campo político, conquistando uma crescente representação nos
poderes públicos, participando efetivamente da definição da agenda política em todos os
níveis. Sua atuação na política partidária brasileira é marcada por forte corporativismo e as
posturas de seus representantes são predominantemente conservadoras e tradicionalistas.
Sem dúvida, não se pode correr o risco de entender os parlamentares evangélicos como
um grupo coeso, como parte de um movimento uniforme com atuação política uniforme.
Porém, no que tange aos temas mais diretamente ligados à sexualidade, pode-se verificar
uma maior propensão ao conservadorismo moral, sendo essa também a tendência de
parte do eleitorado. Em nossa apresentação vamos nos debruçar especialmente sobre o
posicionamento de políticos evangélicos quanto aos temas dos direitos reprodutivos e
da homoafetividade, objetivando entender as tensões entre a afirmação política de uma
moral sexual religiosa e a proposição de um Estado laico, voltado para os interesses de
seus cidadãos e cidadãs a despeito de sua confissão religiosa.



Resumo Inglês:

The evangelicals’ presence in the Brazilian political scenario increased in the eighties,
during the constitutional movement. There are political, economic, and religious reasons
for this late awakening, or for this recent visibility. Although recent, their more visible
and aggressive participation in the political world has generated considerable debate in
Brazilian society and placed new (or old?) questions to the secular State. Evangelicals
have increasingly joined the political field, reaching a growing representation in government
and effectively participating in the definition of the political agenda at all levels.
Their performance in Brazilian party politics is marked by strong corporatism, and
their political stances are predominantly conservative and traditionalist. Undoubtedly,
one cannot run the risk of understanding the evangelical congressmen as a cohesive
group, with a uniform movement and equal political actions. However, when it comes
to issues more directly related to sexuality, there is a noticeable inclination to moral
conservatism, and this is also the electorate’s tendency. In this paper we will dwell particularly
on the political stance of evangelicals regarding issues of reproductive rights
and homosexuality, seeking to understand the tension between the political affirmation
of a religious sexual morality and the proposition of a secular State, focused on the
interests of its citizens regardless of their religious affiliation.



Resumo Espanhol:

La presencia evangélica en la vida política comenzó a intensificarse sólo en las últimas
décadas, a partir de los años 1980, durante el proceso constitucional. Las razones de
este despertar tardío, o de esta visibilidad reciente, son de carácter político, económico
y religioso. A pesar de reciente, la participación más visible y más agresiva de los
evangélicos en el mundo político ha generado un gran debate en la sociedad brasileña
y presentando nuevas (o viejas?) cuestiones al estado secular. Los evangélicos se han
insertado, cada vez más, en el campo político, ganando una representación cada vez
mayor en el gobierno y participando efectivamente en la definición de la agenda política
en todos los niveles. Su actuación en la política partidaria en Brasil está marcada por
un fuerte corporativismo y las posturas de sus representantes son predominantemente
conservadoras y tradicionalistas. Sin lugar a dudas, no se puede correr el riesgo de entender
los parlamentarios evangélicos como un grupo cohesionado, como parte de un
movimiento uniforme con actuación política uniforme. Sin embargo, cuando se trata de
cuestiones más directamente relacionadas con la sexualidad, se puede observar una mayor
propensión al conservadurismo moral, y ésta es también la tendencia del electorado.
En nuestra presentación nos detendremos especialmente en el posicionamiento político
de los evangélicos respecto a los temas de derechos reproductivos y homoafetividad,
con el objetivo de entender la tensión entre la afirmación política de una moral sexual
religiosa y la propuesta de un Estado laico, centrado en los intereses de sus ciudadanos
y ciudadanas, independientemente de su afiliación religiosa.