Políticas de línguas e o discurso lexicográfico: adequação-conversão-regeneração

Línguas e Instrumentos Linguísticos

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ISSN: 2674-7375
Editor Chefe: Greciely Cristina da Costa
Início Publicação: 30/06/1998
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Linguística, Letras e Artes, Área de Estudo: Linguística

Políticas de línguas e o discurso lexicográfico: adequação-conversão-regeneração

Ano: 2021 | Volume: 24 | Número: 47
Autores: Silva, Mariza Vieira da
Autor Correspondente: Silva, Mariza Vieira da | [email protected]

Palavras-chave: Politica de linguas, Sujeito urbano escolarizado, Discurso lexicografico

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Neste artigo, filiando-nos à História das Ideias Linguísticas e à Análise de Discurso pechetiana, visamos compreender como o trabalho com o léxico, articulando lexicologia, lexicografia e semântica, funciona nas políticas públicas de educação e de línguas a partir da segunda metade do século XX, como forma de gestão dos sentidos e do sujeito em uma formação discursiva neoliberal. A gestão discursiva da língua pelo léxico significa a normatização dos sentidos, logo, do sujeito, na busca de um mundo semanticamente normal – adequado -, em que se possam estabelecer fronteiras, limites, imaginariamente estáveis. Nessas demarcações e divisões, temos o confronto do simbólico com o político. Tomamos como material de descrição-análise, uma série formada pelas palavras adequação, adequar, adequado/a pela centralidade que elas têm desde os anos 1960/1970, nas políticas de línguas, nas práticas escolares e na vida em sociedade, dialogando com as séries: conversão, converter, convertido/a e regeneração, regenerar, regenerado/a, para que pudéssemos observar o movimento das formações discursivas, em que uma memória (discursiva) retoma, pela repetição e deslocamento, sentidos que asseguram o espaço da estabilidade e, ao mesmo tempo, abre-se para o não logicamente estabilizado.



Resumo Inglês:

In this article, joining the History of Linguistic Ideas and Pechetian Discourse Analysis, we aim to understand how the work with the lexicon, articulating lexicology, lexicography, and semantics, operates in education and language public policies from the second half of the century XX, as a way of managing the meanings and the subject in a neoliberal discursive formation. The discursive management of language by the lexicon means the normalization of meanings, therefore, of the subject, in the search for a semantically normal – adequate – world, in which imaginatively stable boundaries and limits can be established. In these demarcations and divisions, we have the confrontation of the symbolic with the political. We take as material for description-analysis, a series formed by the words adequacy, adequate (verb), adequate (adj) for the centrality they have had since the 1960s/1970s, in language policies, in school practices, and in life in society, dialoguing with the series: conversion, convert, converted, and regeneration, regenerate, regenerated, so that we could observe the movement of discursive formations, in which a (discursive) memory recovers, through repetition and displacement, meanings that ensure the space of stability and, at the same time, that open up to the not logically stabilized.