Propõe-se neste artigo analisar os efeitos das polÃticas de ajuste estrutural e de estabilização recomendadas pelo FMI para os paÃses da América Latina, enfocando os casos da Argentina e do Brasil. Partiu-se do pressuposto de que essas polÃticas aprofundaram os problemas socioeconômicos e contribuÃram para aumentar a instabilidade polÃtica nesses paÃses. Assim, buscou-se avaliar a relação entre as polÃticas de austeridade e a governabilidade na Argentina e no Brasil, tomando como base a análise das três variáveis clássicas de desempenho econômico: crescimento, desemprego e inflação. Em nÃveis distintos, a crise está submetendo as instituições argentinas e brasileiras a um processo de enfraquecimento acelerado e levando ao descrédito os seus dirigentes polÃticos. Esse fenômeno está provocando efeitos negativos na eficácia e na legitimidade dos sistemas polÃticos da Argentina e do Brasil. Buscou-se evidenciar que a governabilidade se encontra fortemente ameaçada na Argentina e moderadamente no Brasil. Ao final, concluÃmos que o desfecho drástico da crise argentina e o aumento da vulnerabilidade da economia brasileira representam a confirmação do fracasso das polÃticas de corte neoliberal na América Latina, que não se mostraram capazes de gerar um modelo consistente de desenvolvimento sustentável nos paÃses da região.