A Turquia é frequentemente apontada como o único país predominantemente muçulmano com constituição laica e com um Código Civil que não obedece à xaria, sendo que o movimento de mulheres obteve vitórias importantes em matéria de reformas jurídicas no início dos anos de 2000. Observa-se, entretanto, um crescente abismo entre direitos formais e direitos reais após a esmagadora vitória do AKP, em 2007. Por conta das divisões que atravessam as fileiras feministas – particularmente acerca da questão do véu – o artigo se pergunta sobre a validade de tais conquistas.
La Turquie est souvent mise en exergue comme le seul pays à majorité musulmane ayant une Constitution laïque et un Code civil n’obéissant pas à la charia, et le mouvement des femmes y a remporté d’importantes victoires en matière de réformes juridiques au début des années 2000. On observe toutefois un fossé croissant entre droits formels et droits réels suite à l’écrasante victoire électorale de l’akp en 2007. Au vu des divisions qui traversent les rangs féministes – sur la question du voile, notamment – l’article s’interroge sur la validité de ces acquis.