Polinizadores e visitantes florais da Cadeia do Espinhaço: o estado da arte

Revista Espinhaço

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ISSN: 2317-0611
Editor Chefe: Douglas Sathler
Início Publicação: 31/07/2012
Periodicidade: Bianual
Área de Estudo: Geografia, Área de Estudo: Multidisciplinar

Polinizadores e visitantes florais da Cadeia do Espinhaço: o estado da arte

Ano: 2018 | Volume: 7 | Número: 2
Autores: Steffani Najara De Pinho Queiroz, Marco Aurélio da Cunha Moreira Pacheco, Luís Paulo Sant’ana, Camila Cristina da Cruz, Cristhian Nathan Silva Oliveira, Yrllan Ribeiro Sincurá, Amanda de Oliveira Baracho, Julya Pires Souza, André Rodrigo Rech
Autor Correspondente: Steffani Najara De Pinho Queiroz | [email protected]

Palavras-chave: Brasil, Chapada Diamantina, polinização, Serra do Cipó, Cadeia do Espinhaço.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Os estudos de biologia da polinização são fundamentais para entender a evolução e a manutenção da biodiversidade, devido as suas implicações na reprodução das angiospermas, na manutenção das comunidades de polinizadores e na produção de alimentos. A “Cadeia Montanhosa do Espinhaço”, que se estende do centro/sul de Minas Gerais ao centro/norte da Bahia - Brasil, é uma região com importância reconhecida devido aos seus elevados níveis de endemismo da fauna e flora. Apesar disso, a Cadeia do Espinhaço sofre diversas pressões antrópicas que colocam em risco sua biodiversidade, as interações ecológicas e, consequentemente, os serviços ecossistêmicos, como a polinização. Visando quantificar o estado atual do conhecimento acerca das interações planta-polinizador nos campos rupestres da região da Cadeia do Espinhaço, foi feita uma pesquisa de cunho bibliográfico, levantando os estudos de visitação floral e polinização desenvolvidos ao longo dessa cadeia de montanhas. Foram encontrados 52 trabalhos, desenvolvidos entre os anos 1975 e 2016, dos quais 27 estudos foram realizados na porção Meridional da Cadeia do Espinhaço, 27 na porção Setentrional e três nos quais não foi possível determinar a localização. Os dados estão polarizados ao sul e ao norte da Cadeia do Espinhaço, tornando a região central uma grande lacuna de conhecimento. Essa polarização pode se relacionar com diversos fatores, incluindo melhor acessibilidade e presença de instituições de ensino e programas de pesquisa nas áreas. As abelhas foram os visitantes florais com maior número de estudos realizados (44%), seguido de beija-flores (17%). A frequência de estudos com abelhas e beija-flores pode estar associada não só a sua prevalência natural, mas também à maior ocorrência de grupos de pesquisa com enfoque nestes grupos taxonômicos de visitantes na região. Das 50 famílias com dados de visitação floral, 16% são Fabaceae e 10,5% Asteraceae, resultado esperado, pois essas famílias são abundantes na área de estudo. Além disso, percebeu-se uma representação desproporcional das famílias botânicas no estudo e sua representatividade nos campos rupestres de Minas Gerais e Bahia. Por fim, a Cadeia do Espinhaço carece de programas estratégicos, multidisciplinares e sistematizados de pesquisa de longa duração envolvendo múltiplas espécies para uma maior compreensão da riqueza local e subsídio ao desenvolvimento de medidas de conservação da biodiversidade na região.



Resumo Inglês:

Pollination studies are fundamental to understand the evolution and maintenance of biodiversity, due to its implications in the reproduction of angiosperms, natural communities maintenance and food production. The Cadeia do Espinhaço Mountain Range, which extends from the south of Minas Gerais to the center/north of Bahia, is a region of importance recognized for its fauna and flora, with high levels of endemism. Despite this, the Cadeia do Espinhaço Range suffers various anthropogenic pressures that endanger its biodiversity, ecological interactions and, consequently, ecosystem services, such as pollination. Aiming to quantify the current status of knowledge about plant-pollinator interactions in the Cadeia do Espinhaço region, a bibliographical research was carried out, raising the studies of floral visitation and pollination developed along this mountain chain. A total of 52 studies, carried out between 1975 and 2016, were found. From these 52 studies, 27 studies were carried out in the Southern portion of Cadeia do Espinhaço, 27 in the Northern portion and three in which it was not possible to determine the location. The data are polarized to the south and north of Cadeia do Espinhaço and the central region represents a great gap of knowledge. This polarization can be related to several factors such as accessibility and the presence of educational institutions and research programs in the areas. The group of bees showed the highest number of studies (44%), followed by hummingbirds (17%). Beyond its natural prevalence, the frequency of studies with bees and hummingbirds may be associated with the objectives of particular research groups recording pollination data in the region. From the 50 families with data of floral visitation, 16% are Fabaceae and 10.5% Asteraceae. These two plant families are indeed highly diverse in the area. In addition, the number of studies per family is not proportional to the number of species per family in the Minas Gerais and Bahia highland rocky fields. Finally, there is a clear need for further studies in the area for a better understanding of local interactions and support for development of biodiversity conservation measures.