Este artigo apresenta uma abordagem dos conflitos socioambientais a partir da interpretação da paisagem pelo olhar dos integrantes de três comunidades remanescentes de quilombos localizadas no interior do Parque Estadual da Pedra Branca. Além do registro da polaridade entre o olhar da população nativa e o olhar institucional, entrevistas com os quilombolas, participação em eventos, reuniões e festividades, este trabalho é complementado por pesquisas documental e bibliográfica. À medida que os valores ambientalistas associam as belezas naturais à ideia de paisagem, o morador é identificado como um invasor e uma ameaça à conservação desta natureza/paisagem. Nesse cenário, resgatar a história sociocultural do maciço e entender que paisagem não é natureza, mas uma construção social, é essencial para a compreensão dos vários sentidos e representações atribuídos a este território transformado em Unidade de Conservação de Proteção Integral.