Nas democracias latino-americanas estão emergindo fenômenos que se supunham ter
desaparecido em virtude do surgimento das chamadas sociedades pós-modernas. Um
desses elementos é o neopopulismo, sobre o qual continuam a existir divergências a
respeito de sua conceitualização e impacto no processo democrático. Este artigo tem
como objetivo analisar o neopopulismo, avaliando sua origem e evolução, o impacto
nos partidos polÃticos e o tipo de cultura polÃtica que se constitui quando essa práxis
polÃtica está presente. O estudo, de caráter descritivo-empÃrico, utiliza dados de pesquisa
tipo survey realizada em 2005, em três capitais latino-americanas, com amostras
probabilÃsticas. Os resultados apontam para a presença de predisposições favoráveis dos
cidadãos às figuras politicamente populares em detrimento das instituições. Sugeremse,
como conclusão, alguns dispositivos que poderiam se constituir em caminhos
alternativos para fortalecer uma cultura polÃtica participativa e fiscalizadora dos
gestores públicos, valorizando as instâncias de mediação polÃtica convencional.