A finalidade do presente artigo é situar o pensamento de
Hannah Arendt no que diz respeito á tradição filosófica. Neste
sentido argumentamos, contra uma corrente de interpretação
dominante, que o gesto mais caracterÃstico da intervenção
intelectual de Arendt não consiste num retorno (á moral, a Kant, a
Aristóteles...), mas na prática de um pensamento tanto crÃtico
quanto experimental. Sua operação principal consiste num
deslocamento do meio próprio da filosofia: do sujeito á pluralidade,
da contemplação á ação. Mostramos assim que a tentativa de
Arendt coincide com a busca de um pensamento plural, que ela
chamou “compreensãoâ€.