No cerne da formação do Brasil, no período após a libertação dos escravos, está o racismo estrutural. Livres da escravidão, a população negra não teve acesso à sociedade republicana, nem como trabalhadores assalariados tampouco como cidadãos. Vale notar a ausência dos negros em cargos sociais mais elevados, e a imensa dificuldade de ascensão social. O racismo estrutural revela uma das faces mais perversas da sociedade brasileira, que em grande parte nega que aqui haja discriminação. De certo o comportamento e as ações da sociedade brasileira do século XXI, com relação às vidas negras e suas condições sociais pouco se diferencia da sociedade do século XIX. A violência atinge a vida, a cultura, e a religiosidade da população negra desde sempre.