Nossa intenção é discutir acerca das potencialidades dos estudos sobre a cultura material para a percepção da apropriação social e para a apreensão da dimensão material da vida escolar. A discussão se dá em torno de três eixos: indústria escolar e escola como mercado, vestÃgios da materialidade da escola e a história sensorial da escola e da escolarização. Tomar a cultura material na perspectiva de uma história sensorial da escola e da escolarização requer destacar as experiências individuais e coletivas de construção de subjetividades, esquemas perceptivos, gostos, corporeidades, memórias e afetos. Nesta perspectiva, não se apagam os agenciamentos dos vários grupos sociais, os imperativos do comércio e da indústria, nem as intencionalidades do Estado. A eles agregam-se as múltiplas formas de apropriação dessa materialidade, de memorização do passado e de construção de laços afetivos entre os sujeitos e o mundo fÃsico.