Por uma Leitura Socioeducativa Crítica: o Ardil Educativo e o Encarceramento Juvenil Negro

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ISSN: 16767640
Editor Chefe: Marieta Pinheiro de Carvalho
Início Publicação: 31/05/2002
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: História

Por uma Leitura Socioeducativa Crítica: o Ardil Educativo e o Encarceramento Juvenil Negro

Ano: 2024 | Volume: 23 | Número: 1
Autores: Edson Mendes da Silva, Maria Lidia Bueno Fernandes
Autor Correspondente: Edson Mendes da Silva | [email protected]

Palavras-chave: Socioeducação, Juventude, Encarceramento

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Esse trabalho aborda o modelo socioeducativo brasileiro a partir do caso empírico do Distrito Federal. Estabelecida a importância da legislação consubstanciada no Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo, quanto a sua relevância na concretude cotidiana da vida sob tutela do Estado, pensamos necessário avançar no debate crítico acerca da essência e implicações desse novo paradigma. Pois, apesar de seus anseios formais, persiste a velha lógica da seletividade punitiva; como antes, o atendimento socioeducativo segue encarcerando a juventude periférica–agora sob novos discursos. Reafirma-se, assim, o cárcere como o ápice de trajetórias sociais excludentes, lastreadas pela negação de direitos, sob a vigilância de instituições punitivistas. Logo, a socioeducação em sua prática diária reverbera a colonialidade dos ecos racistas fundantes desse país, ao afirmar o encarceramento juvenil negro sob a égide da educação.



Resumo Inglês:

This work addresses the Brazilian socio-educational model from the empirical case of the Distrito Federal. Having established the importance of the legislation embodied in the Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo, in terms of its relevance to thedaily reality of life under the protection of the state, we believe it is necessary to have a critical debate about the essence and implications of this new paradigm. Despite its formal aims, the old logic of punitive selectivity persists; just as before,socio-educational care continues to incarcerate peripheral youth -now under new discourses. Prison is thus reaffirmed as the apex of exclusionary social trajectories, backed by the denial of rights and the surveillance of punitive institutions. Therefore, socio-education in its daily practice reverberates the coloniality of this country's founding racist echoes, by affirming black youth incarceration under the aegis of education.