POR UMA TRADUÇÃO PERFORMÁTICA

Revista de Letras

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ISSN: 0101-8051 / 2358-4793
Editor Chefe: Maria Elias Soares
Início Publicação: 31/12/1977
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Linguística, Letras e Artes, Área de Estudo: Letras, Área de Estudo: Linguística

POR UMA TRADUÇÃO PERFORMÁTICA

Ano: 2020 | Volume: 1 | Número: 39
Autores: E. S. Ramos, L. L. C. da Solidade
Autor Correspondente: E. S. Ramos, L. L. C. da Solidade | [email protected]

Palavras-chave: tradução performática, cena, conjuntura histórica, performatic translation, scene, historical conjuncture

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Este artigo busca fundar bases iniciais para o estabelecimento de um quarto tipo de tradução para além da tríade estabelecida por Roman jakobson (1969). Através das noções de escritura, acontecimento e intempestividade, pretendemos propor que a performance é um mecanismo de tradução que ressignifica a conjuntura histórica na qual está inserida. Desse modo, o que aqui intitulamos de tradução performática implica a concepção da cena da performance como um processo tradutório. Ou seja, apontamos que, através da cena, a performance cria rasuras em discursos oficiais e em estruturas de ordenamento cronológico – aderindo e ao mesmo tempo tomando distância de seu tempo – marcando, pois, a intempestividade (Nietzsche, 2003) da tradução performática. Propomos, ainda, que o sujeito ativo da tradução performática é o performer-tradutor que, por meio das performances, constrói dispositivos para que se torne aquilo que é – no vazio da possibilidade de existência como sujeito ativo do mundo, as performances funcionam como formas estéticas e políticas de recriação de existência.



Resumo Inglês:

This article seeks to consolidate initial bases for the establishment of a fourth type of translation beyond the triad established by Roman Jakobson (1969). Through the notions of writing, happening and the untimely, we intend to propose that performance is a mechanism of translation that re-signifies the historical conjuncture in which it is inserted. Thus, what we call performatic translation here implies the conception of the performance scene as a translation mechanism. That is, we point out that, through the scene, performance creates erasures in official discourses and in structures of chronological order – adhering and at the same time taking distance from its time –marking, therefore, the untimely (Nietzsche, 2003) character of the performatic translation. We also propose that the active subject of the performatic translation is the translator-performer who, through performances, constructs devices to become what he is – in the absence of an active subject of the world, performances function as aesthetic and political devices of recreation of existence.