A violência nas escolas é uma realidade em todo o mundo, envolvendo
várias modalidades e protagonistas. Nesse sentido, a Justiça Restaurativa
(JR) nas escolas pretende alcançar o entendimento entre os envolvidos para
que participem de sua resolutividade. No Brasil, algumas experiências pressupõem
a instrumentalização dos atores escolares. Assim, objetiva-se analisar as
possibilidades e os limites da Justiça Restaurativa nas escolas em uma cidade
do nordeste do Brasil. Para tanto, foram realizadas 12 entrevistas semiestruturadas
com representantes das escolas onde a prática aconteceu. Como resultados,
verificou-se que a JR foi implementada através de um Núcleo que é
ligado à justiça, tem equipe capacitada, e, para as escolas, os alunos respondem
melhor a alguém externo à instituição. Verificou-se ainda que os alunos
que participaram não se envolveram em novos conflitos e as escolas mudaram
a visão sobre como resolvê-los, entretanto, como a JR vinculou-se às ações do
Núcleo, aconteceu de forma pontual e as escolas não se implicaram para que se
tornar-se uma prática cotidiana. Conclui-se que a JR pode ser uma possibilidade
para resolver conflitos e violências escolares, entretanto, pressupõe disposição
de todos para que se dissemine pela instituição e propicie mudanças efetivas.
Violence in schools is a reality worldwide and involves various forms
and actors. In this direction, the Restorative Justice (RJ) in schools aims to
achieve understanding among stakeholders to participate in its resoluteness. In
Brazil, some experiences presuppose the instrumentalization of school actors.
Thus, it is aimed to analyze the possibilities and limitations of restorative practices
in a city in northeastern Brazil. Therefore, 12 semi-structured interviews were
conducted with representatives of the schools where the practices served. Asoutcomes, the RJ was implanted by a Center of a justice that have qualified team
and, for schools, the students respond better to someone outside the institution.
It was also found that the students who participated were not involved in new
conflicts and schools have changed their vision on how to solve them, however,
as the RJ linked to the actions of the Center, it was poorly spread and schools did
not involve so it could become a routine practice. It is concluded that RJ may be
a possibility to resolve conflicts and violence in schools, however, presupposes
disposal of all so that it can be spread by the institution and triggers effective
changes.