Potências do vazio: o vídeo entre o niilismo e a transfiguração

Revista Galáxia

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ISSN: 1519311X
Editor Chefe: José Luiz Aidar Prado
Início Publicação: 31/05/2001
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Comunicação

Potências do vazio: o vídeo entre o niilismo e a transfiguração

Ano: 2011 | Volume: 11 | Número: 21
Autores: O. G. Reis Filho
Autor Correspondente: O. G. Reis Filho | [email protected]

Palavras-chave: videoarte, niilismo, poética anti-hermenêutica

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Desde suas primeiras experiências na década de 1960, o vídeo caracteriza-se por flertar com o vazio e com o silêncio, por nos oferecer obras nas quais as imagens aparecem como rascunho ou balbucio, como algo ainda por vir, trabalhos que resistem à interpretação, que parecem beirar, muitas vezes, o nonsense cabal. O intuito desse texto é mostrar que, para além da pura negatividade ou de um gesto niilista ingênuo, existe, na arte do vídeo, uma proposta radical, uma poética anti-hermenêutica que propõe uma nova forma de lidarmos com as imagens e com o mundo, de “estar-no-mundo” – um modo em que a razão e a busca de sentidos se veem substituídas por uma percepção mais corporalizada e sensorial; onde estar no mundo significa muito mais sentir a presença e a materialidade das coisas, do que propriamente interpretá-las.



Resumo Inglês:

Emptiness potencies: video between nihilism and transfiguration. Since its early experiences in the 1960s, the video is characterized by flirting with the emptiness and silence, for offering us works in which the images appear as a draft or a mumbling, as something yet to come, works that resist interpretation, that seem to border on, sometimes, the complete nonsense. The purpose of this paper is to show that beyond pure negativity or a nihilistic naive gesture, there is in the art of video a radical proposal, an anti- hermeneutic poetic which proposes a new way of dealing with pictures and the world, of “being-in-the-world” - in a way that reason and the search for meaning find themselves replaced by a more embodied and sensory perception, in which being in the world means to feel much more the presence and materiality of things, rather than interpret them.