Potencial anti-Leishmania e imunomodulador dos extratos de Campsiandra laurifolia Benth. (Fabaceae)

Revista Pan-Amazônica de Saúde (RPAS)

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ISSN: 2176-6223
Editor Chefe: Isabella M. A. Mateus
Início Publicação: 02/01/2010
Periodicidade: Trimestral
Área de Estudo: Ciências Biológicas, Área de Estudo: Ciências da Saúde, Área de Estudo: Multidisciplinar

Potencial anti-Leishmania e imunomodulador dos extratos de Campsiandra laurifolia Benth. (Fabaceae)

Ano: 2010 | Volume: 1 | Número: 1
Autores: Anadeiva Portela Chagas, Adolfo Henrique Müller, Milene Soares, Lourdes Maria Garcez
Autor Correspondente: Anadeiva Portela Chagas | [email protected]

Palavras-chave: Fitoterapia, Extratos Vegetais, Fabaceae, Leishmaniose, Imunossupressão

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Infusões das folhas, cascas e sementes de Campsiandra laurifolia Benth. (Fabaceae) são utilizadas por comunidade de negros descendentes de escravos (quilombolas) para o tratamento, principalmente, de leishmaniose cutânea (LC), feridas, úlceras e impigens. Extratos hidroalcóolicos e aquosos de C. laurifolia foram investigados para a atividade anti-Leishmania sobre promastigotas e amastigota de Leishmania (L.) amazonensis e resposta imunomoduladora: proliferação celular de esplenócitos e produção ON por macrófagos peritoniais de camundongos BALB/c. Os extratos hidroalcóolicos da casca e aquosos da folha e semente apresentaram reduzida atividade contra as formas amastigotas e promastigotas (<20%) e o mesmo foi observado para a inibição da produção de ON por macrófagos ativados (<23%). A maioria dos extratos revelou moderado potencial imunossupressor (32,6% a 38,5%), mas os extratos aquosos da semente (AS) inibiram em até 87% o crescimento de esplenócitos de BALB/c estimulados com mitógenos. Tal atividade talvez explique a indicação quilombola de C. laurifolia para o tratamento de LC, pois o seu uso pode não estar associado majoritariamente com uma ação direta sobre o parasito, mas sim com uma atividade anti-inflamatória, de vez que, tal atividade diminui os danos teciduais causados pelo sistema imune em resposta à infecção e, consequentemente, ajuda na cicatrização das lesões leishmanióticas.



Resumo Inglês:

Infusions of leaves, bark and seeds of Campsiandra laurifolia Benth. (Fabaceae) are used by communities of African-American descendants of slaves (quilombolas) mainly for treatment of cutaneous Leishmaniasis (CL), wounds, ulcers and tinea. Hydroalcoholic and aqueous extracts of C. laurifolia were investigated for anti-Leishmania activity on promastigotes and amastigotes of Leishmania (L.) amazonensis and immunomodulatory responses, including cell proliferation of splenocytes and NO production by peritoneal macrophages from BALB/c mice. The hydroalcoholic extracts of the bark and the aqueous extracts of the leaves and seeds presented a reduced activity against amastigotes and promastigotes (<20%), and the same result was observed for the inhibition of NO production by activated macrophages (<23%). Most of the extracts displayed a moderate immunosuppressive potential (32.6 to 38.5%); on the other hand, the aqueous extracts of seeds inhibited up to 87% of the growth of splenocytes of BALB/c mice stimulated with mitogens. Such activity may explain the use of C. laurifolia for the treatment of CL by quilombolas. Its use may not be mainly associated with a direct action on the parasite but with an anti-inflammatory activity because such activity decreases the tissue damage caused by the immune system in response to the infection and, consequently, aids the healing process of Leishmanial lesions.



Resumo Espanhol:

Las infusiones de las hojas, cortezas y semillas de Campsiandra laurifolia Benth. (Fabaceae) son utilizadas por las comunidades de descendientes de esclavos negros (denominados quilombos) para el tratamiento, principalmente, de la Leishmaniasis cutánea (LC), de heridas en la piel, de úlceras e impétigo. Se investigó con extractos hidroalcohólicos y acuosos de C. laurifolia la actividad anti-Leishmania en promastigotes de Leishmania (L.) amazonensis y la respuesta inmunomoduladora: proliferación celular de esplenocitos y producción de ON por macrófagos peritoneales de ratones BALB/c. Los extractos hidroalcohólicos de la corteza y acuosos de la hoja y de la semilla presentaron una menor actividad frente a las formas de amastigotes y promastigotes (<20%) y el mismo se observó para la inhibición de la producción de ON por los macrófagos activados (<23%). La mayoría de los extractos presentaron un moderado potencial inmunosupresor (de 32,6% a 38,5%), pero los extractos acuosos de la semilla (AS) inhiben hasta un 87% el crecimiento de esplenocitos BALB/c estimulados con mitógenos. Esa actividad puede explicar la indicación de los descendientes de quilombos (quilombolas) del uso de C. laurifolia para el tratamiento de LC, ya que su uso puede no estar asociado principalmente con una acción directa sobre el parásito, sino con una actividad inflamatoria, pues esa actividad disminuye el daño tisular causado por el sistema inmunológico en respuesta a la infección y, en consecuencia, ayuda en la cicratización de las lesiones ocasionadas por la Leishmaniasis.