Potencial invasor dos peixes não nativos cultivados na região costeira do Rio Grande do Sul, Brasil

Boletim Do Instituto De Pesca

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ISSN: 16782305
Editor Chefe: Helenice Pereira de Barros
Início Publicação: 31/01/1971
Periodicidade: Trimestral

Potencial invasor dos peixes não nativos cultivados na região costeira do Rio Grande do Sul, Brasil

Ano: 2012 | Volume: 38 | Número: 2
Autores: Débora Fernanda Avila TROCA, João Paes VIEIRA
Autor Correspondente: Débora Fernanda Avila TROCA | [email protected]

Palavras-chave: aquicultura, avaliação de risco, FISK, invasões biológicas, Lagoa dos Patos

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

No Brasil, o cultivo de peixes de água doce é baseado em poucas espécies, a maioria introduzida de outros países ou continentes. Quando uma espécie é introduzida no ecossistema, existe o risco dela escapar para o ambiente natural, resultando em possíveis efeitos prejudiciais a biota nativa ou até mesmo ao funcionamento do ecossistema. A fim de fundamentar as decisões dos gestores públicos sobre quais espécies seriam adequadas ao uso na aquicultura na região costeira do RS, este estudo classificou o potencial invasor das espécies não nativas de peixes cultivadas na região. A lista de espécies presentes nos cultivos foi obtida por meio de pesquisa bibliográfica e consulta a órgãos de extensão agropecuária ou instituições que prestam assistência técnica ou que servem de intermediários na aquisição de alevinos. O protocolo Fish Invasiveness Screening Kit – FISK foi aplicado para classificar as espécies não nativas de acordo com o seu potencial invasor. Dez espécies não nativas são cultivadas na região. Ctenopharyngodon idella, Cyprinus carpio, Hypophthalmichthys molitrix, H. nobilis, Ictalurus punctatus e Oreochromis niloticus apresentaram alto potencial invasor (pontuação entre 22 e 38), enquanto que Pseudoplatystoma fasciatum, P. corruscans, Piaractus mesopotamicus e Hoplias lacerdae apresentaram médio potencial invasor (pontuação entre 9 e 15). As espécies com alto potencial invasor devem compor uma lista “negra” e terem seu uso proibido. Para as espécies com médio potencial invasor devem ser aplicados estudos complementares para determinar a proibição ou não de seu uso na aquicultura da região da Lagoa dos Patos.



Resumo Inglês:

Freshwater fish aquaculture in Brazil is based in a few species, mostly introduced from other countries or continents. When an exotic species is introduced into the ecosystem there a risk that this specie will escape in a natural systems, resulting in a possible detrimental effects to native species or even to the ecosystem functioning. In order to provide the public managers decisions about which species should be ecologically suitable for use in aquaculture in the coastal region of the Rio Grande do Sul State, this study classifies the invasive potential of several fish species used in inland aquaculture in the region. The list of species cultivated in the region was obtained by a literature review and consultation of agricultural extension agencies or institutions that provides technical assistance and serve as intermediaries in the purchase of fingerlings. The protocol Fish Invasiveness Screening Kit - FISK was applied to classify non-native species according to invasive potential. Ten non-native species are cultivated in the region. Ctenopharyngodon idella, Cyprinus carpio, Hypophthalmichthys molitrix, H. nobilis, Ictalurus punctatus and Oreochromis niloticus presented a high invasive potential, scoring between 22 and 38, while Pseudoplatystoma fasciatum, P. corruscans, Piaractus mesopotamicus and Hoplias lacerdae presented medium invasive potential, scoring between 9 and 15. The species with high potential should compose a "black" list and have to be prohibited its use. For the species with medium invasive potential further studies should be applied in order to determine the danger or not of its use in aquaculture in the region of Patos Lagoon.