O intento primordial deste artigo consiste na análise das concepções de Nicos Poulantzas a respeito do Estado Capitalista presentes nas obras Poder PolÃtico e Classes Sociais, e O Estado, O Poder, o Socialismo. O primeiro livro foi fortemente influenciado pelo estruturalismo althusseriano. O Estado é concebido como uma estrutura regional do Modo Capitalista de Produção destinada a constituir o fator de coesão dos diversos nÃveis de uma formação social. Nas obras subsequentes, Poulantzas rompe com o marxismo estruturalista. Em O Estado, O Poder, o Socialismo, o Estado é descrito como a condensação material de uma relação de forças entre as classes e frações da sociedade, portanto, a cristalização de uma relação social. É possÃvel observar nesta segunda obra uma tentativa de aproximação em relação ao pensamento gramsciano. Poulantzas passa a reconhecer a necessidade de concessões materiais estatais a favor das classes dominadas. Estas concessões são consideradas fundamentais para a construção do consenso popular, elemento, por sua vez, crucial para a instauração da hegemonia de uma classe social.
: The primary purpose of this article is the analysis of conceptions of Nicos Poulantzas about the capitalist state in the works Political Power and Social Classes, and State, Power, Socialism. The first book was heavily influenced by Althusserian structuralism. The state is conceived as a regional structure of the Capitalist Mode of Production intended to be the cohesive factor of the various levels of a social formation. In subsequent works, Poulantzas breaks structuralist Marxism. In The State, Power, Socialism, the state is described as the material condensation of a relationship of forces between the classes and fractions of society, therefore, the crystallization of a social relationship. You can observe this second work an attempt to approach in relation to Gramsci's thought. Poulantzas now recognizes the need to state material concessions in favor of the dominated classes. These awards are considered fundamental for the construction of popular consensus, element, in turn, crucial to the establishment of the hegemony of a social class.