A região centro-sul do Maranhão, território histórico de povos timbira, foi ocupada no Século XIX pela frente pastoril tradicional, que sujeitou grupos indÃgenas, estabeleceu fazendas de criação e núcleos populacionais. A partir dos anos 1970, agentes do agronegócio estabeleceram na região projetos de soja, cana de açúcar e outras commodities. Parte do cerrado devastado foi transformado em carvão destinado à s indústrias de ferro-gusa, ligadas ao Projeto Ferro-Carajás. A partir de 2004, o Governo Federal estabeleceu a revisão demarcatória das Terras IndÃgenas Kanela e Porquinhos, levando os sertanejos a vender suas ‘benfeitorias’ a empresários e intensificando os conflitos na região. Este trabalho analisa o impacto dessas mudanças socioambientais sobre os Apaniekrá e Ramkoka-mekra-Canela e as relações interétnicas no centro-sul maranhense.