O presente trabalho visa apresentar duas propostas de ensino que buscam reconhecer os gêneros musicais rap e funk, que são predominantemente produzidos e consumidos por jovens moradores de periferia, como fontes musicais no ensino de História. Nesse sentido, o trabalho se justifica pela necessidade de (re)pensar e construir um processo de aprendizagem democrático, que possibilite um diálogo direto com os estudantes por meio da música a partir dametodologia de ensino freiriana. O rap e o funk, sendo ritmos musicais muito discriminados no país, muitas vezes encontram barreiras para sua aceitação em sala de aula. Porém, ao trabalhar o ensino de História dentro de sala de aula, o professor precisa se posicionar contra as opressões sociais a partir da sua prática de ensino. Logo, o ensino de História precisa estar de acordo com um posicionamento político contra toda e qualquer opressão, discriminação e preconceito social. As discussões inseridas no texto e as propostas de ensino também buscam enriquecer o debate sobre a importância da construção de um ensino popular, que reconheça a sabedoria e a cultura orgânicas pertencentes às camadas populares. Tais colocações fundamentam-se nas experiências como residentes docentes em História no Ensino Fundamental, como também, nas vivências como estudantes periféricos que muitas vezes não se enxergaram no ambiente escolar.
This work aims to present two educational proposals that seek to recognize the musical genres of rap and funk, which are mostly produced and consumed by young people living in Periferia, as musical sources in History education. In this way, the work is justified by the need to (re)think and create a democratic learning process that allows for direct communication with students through music using a Freirian teaching methodology. There are many barriers to the acceptance of rap and funk music in classrooms despite being highly discriminated musical genres in the country. However, in teaching history in the classroom, the teacher must stand up against social injustices from their own teaching practice.The discussions included in the text and the educational proposals also aim to enrich the discourse about the importance of building a popular education that recognizes the organic culture and knowledge that belong to the popular movements. These positions are based on the experience as resident teachers of history in the elementary school as well as the experiences of being outsider students who frequently do not fit in with the school environment.