O objetivo do trabalho é discutir aspectos da prática educativa e da pesquisa no movimento social, especificamente no Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra. A intenção é estabelecer relações entre as experiências vividas no cotidiano do movimento social e do assentamento e as caracterÃsticas do mundo escolar; demonstrar as possibilidades e os desafios na articulação entre a prática educativa do movimento social e aquela necessária à compreensão dos conteúdos curriculares; refletir sobre as caracterÃsticas da pesquisa educacional no movimento social. Idéias de Gohn (1992) e Arroyo (2004 a, b) contribuÃram para as reflexões sobre a dimensão educativa dos movimentos sociais e para a análise do movimento social do campo como educativo. A prática educativa do movimento social ocorre em várias frentes, a saber: nas reuniões, no espaço cooperativo de trabalho, no enfrentamento com o Estado e com a classe proprietária. A prática dos educadores envolve capacitação e formação polÃtica. Nos documentos pedagógicos produzidos pelo MST está implÃcito o papel da pesquisa na prática educativa. É a partir dos registros nos seminários, eventos, reuniões etc, que as propostas educacionais são geradas; tendo como ponto de partida a prática educativa na escola, na vida e nas atividades de produção nos assentamentos. As experiências dos educandos e dos educadores interrogam a pedagogia escolar e anunciam que o reconhecimento do saber construÃdo pelos sujeitos do processo pedagógico é essencial ao processo de compreensão e apropriação dos conhecimentos construÃdos ao longo da trajetória humana.
This paper aims to discuss some aspects of the educational practice and of the research on social movements, particularly on the Landless Rural Workers Movement. The intention is to set relations between the experiences lived in daily life of the social movement and of the permanent settlement and the traits of schooling life; to demonstrate the possibilities and the challenges of the links between the social movement educational theory and practice and that necessary to the curricular content comprehension; and to think about the educational research traits in the social movement. Gohn´s (1992) and Arroyo’ s (2004 a, b) ideas contributed to the thoughts on social movement educational dimensions and to the analyses of the rural social movement as an educational one. The social movement educational practice occurs in different fronts, such as in meetings, in the work cooperative space, in the confrontation either with the State or the land owners. The educators’ practice involves political capacitation and formation. In the pedagogical documents produced by the MST, it is implicit the role research plays in the educational practice. The educational proposals are born from the semminars’, meetings’ and events’ records; and it has as starting point in the educational practice at school, in life and in the productive activities in the permanent settlements. The educators’ and learners’ experiences question the shooling pedagogy and announce that the knowledge recognition constructed by the pedagogical process subjects is essential to the comprehension process and to the approppriation of the knowledge constructed along the human trajectory.