PRÁTICAS INTEGRATIVAS NA QUIROPRAXIA: Exercícios Terapêuticos

Revista Brasileira de Quiropraxia - Brazilian Journal of Chiropractic

Endereço:
Rua Columbus 82-A - Vila Leopoldina - São Paulo
São Paulo / SP
5304010
Site: http://www.quiropraxia.org.br
Telefone: (11) 3641 7819
ISSN: 2179 7676
Editor Chefe: Djalma José Fagundes
Início Publicação: 31/05/2010
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Saúde coletiva

PRÁTICAS INTEGRATIVAS NA QUIROPRAXIA: Exercícios Terapêuticos

Ano: 2013 | Volume: 4 | Número: 2
Autores: Eliana Soares Pereira
Autor Correspondente: Eliana Soares Pereira | [email protected]

Palavras-chave: distúrbios musculoesqueléticos, quiropraxia, estresse, exercícios terapêuticos.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Os sintomas de distúrbios musculoesqueléticos (DME) são os mais prevalentes na população mundial, independente do seu grau de industrialização, e atinge todas as faixas etárias1. A modificação nos hábitos de vida, o aumento do estresse e das cobranças no mundo corporativo, são considerados as principais causas pelo aumento de sua incidência2. A sua origem pode estar relacionada ao sistema nervoso, como resultado de uma dor secundária a uma lesão óssea ou muscular, ou ser o consequência de um defeito cerebelar. Diversos processos patológicos, como por exemplo, os distúrbios metabólicos, também afetam o sistema musculoesquelético, produzindo diferentes tipos de sintomas e variados graus de incapacidade funcional podendo inclusive gerar incapacidade. Com certeza, as artrites e desordens a elas relacionadas são as doenças mais encontradas na prática clínica do quiropraxista3. A doença articular degenerativa representa por si só a metade das queixas dos pacientes. Na maioria das vezes, estes padrões de referência afetam a coluna vertebral e ombros, mas também podem ocorrer no tórax, quadris, região inguinal ou na articulação sacroilíaca3-4.
As algias vertebrais são consideradas atualmente um problema de saúde pública5. Elas ocorrem em qualquer idade, e afetam mais de 30% da população de 70 anos de idade ou mais, numa base mensal6, com custos sócios econômicos significativos7. Vários estudos têm demonstrado que a terapia de exercício físico, seja de estabilização ou flexibilidade, são tratamentos eficazes para reduzir a incapacidade relacionada à dor e gravidade nas algias vertebrais8-10. Historicamente, a prevenção de DME ocorre há milênios. Relatos antigos descrevem agricultores chineses praticando exercícios que mimetizavam os movimentos que os camponeses produziam nos campos11. Com o passar dos tempos, estes movimentos receberam outras influências formando escolas específicas, como o caso do Liang Gong em 18 terapias. Os exercícios utilizados nesta prática tem um caráter preventivo e atuam na correção postural, redução do estresse e aumento na concentração12, benefícios que proporcionam maior produtividade e segurança no desenvolvimento das atividades laborais13.
Ainda sob a influência oriental, encontramos na literatura alguns estudos em que a prática de Yoga foi aplicada em indivíduos com distúrbios vertebrais, com resultados expressivos, especialmente no quesito incapacidade derivada pela dor, estabilização e flexibilidade da coluna vertebral14-16. A associação de processos psicológicos à prática dos exercícios, como mudança no foco de atenção, foi tratada com sucesso em terapias cognitivas e comportamentais para a dor lombar crônica17.
Na Alemanha, no Schroth Hospital Katharina, a cirurgia para pacientes com escoliose é o último recurso. Os pacientes são tratados conservadoramente, com procedimentos incluindo o ajuste quiroprático, terapia sacro occipital e modalidades de exercícios terapêuticos como o Pilates®, para fortalecimento muscular e equilíbrio das curvaturas da coluna vertebral, diminuição da dor e aumento da função18. Os programas de tratamento conhecidos como Mackenzie® e Escola da Coluna, são amplamente utilizados, seus custos são relativamente baixos e sua eficiência é incontestável para casos de dor lombar crônica19.
Os problemas de saúde em geral podem ser reduzidos ou evitados com um estilo de vida mais ativo. Se o paciente estiver consciente dos benefícios advindos da atividade física orientada, certamente ocorrerá maior adesão aos exercícios indicados pelo quiropraxista e os resultados terapêuticos serão precoces e permanentes20-21.
REFERENCIAS:
1. Brandão AG, Horta BL, Tomasi E. Sintomas de Distúrbios osteomusculares em bancários de Pelotas e região: prevalência e fatores associados. Revista Brasileira de Epidemiologia. 2005; 8(3):295-305.
2. Maciel RH, Albuquerque AMFC, Melzer AC, Leônidas SR. Quem se Beneficia dos Programas de Ginástica Laboral? Cadernos de Psicologia Social do Trabalho. 2005;(8):71-86.
3. Goubert L, Crombez G, Peters M. Pain-related fear and avoidance: a conditioning perspective. In Asmundson GJ, Vlaeyen JW, Crombez G, eds. Understanding and Treating Fear of Pain. New York, NY: Oxford University Press; 2004:25–50.
4. Fagundes DJ et al. Quiropraxia-Diagnóstico e Tratamento da Coluna Vertebral. São Paulo: Roca, 2013.
5. Fejer R, Kyvik KO, Hartvigsen J: The prevalence of neck pain in the world population: a systematic critical review of the literature. Eur Spine J 2005, 15:834-848.
6. Hartvigsen J, Frederiksen H, Christensen K: Back and neck pain exhibit many common features in old age. A population based study of 4,486 Danish twins aged 70-102. Spine 2004, 29:576-580.
7. Stewart WF, Ricci JA, Chee E, Morganstein D, Lipton R. Lost productive time and cost due to common pain conditions in the UW workforce. JAMA 2003; 290:244354.
8. Hartvigsen J, 8. Christensen K: Active lifestyle protects against incident low back pain in seniors. Spine 2007, 32:76-81.
9. Hayden JA, Van TMW, Tomlinson G: Systematic review: strategies for using exercise therapy to improve outcomes in chronic low back pain. Ann Intern Med 2005, 142:776-785.

10. Maiers MM, Jan H, Schulz C, Schulz K, Evans RL, Bronfort G. Chiropractic and exercise for seniors with low back pain or neck pain: the design of two randomized clinical trials. BMC Musculoskeletal Disorders 2007, 8:94
11. Corral, J. QIGONG-Ch’I Kung Arte e Ciência da Medicina Tradicional Chinesa, 2008. Disponível em http//lacomunidad.elpais.com/Jorge-corra/2008/2/4/-qigong-ch-i-kung-arte-e-ciencia-da medicina-tradicional.
12. Bittar A. Influencia da atividade ergonômica e o exercício. Revista Revinter. 2004.
13. Manzieri D. Estudo dos efeitos do Lian Gong em 18 terapias na qualidade de vida dos trabalhadores de uma empresa siderúrgica no Município de São Paulo. Revista Fisiobrasil. 78 ed. 2006.
14. Sherman KJ, Cherkin DC, Erro J, et al. Comparing yoga, exercise, and a self-care book for chronic low back pain: a randomized, controlled trial. Ann Intern Med 2005; 143:849–56.
15. Morone NE, Greco CM, Weiner DK. Mindfulness meditation for the treatment of chronic low back pain in older adults: a randomized controlled pilot study. Pain 2008; 134:310–19.
16. Tekur P, Singphow C, Nagendra HR, et al. Effect of short-term intensive yoga program on pain, functional disability and spinal flexibility in chronic low back pain: a randomized control study. J Altern Complement Med 2008; 14:637–44.
17. Kole-Snijders AMJ, Vlaeyen JWS, Goossens MEJB, et al. Chronic low back pain: what does cognitive coping skills training add to operant behavioral treatment? Results of a randomized clinical trial. J Consult Clin Psychol 1999; 67:931–44.
18. Blum CL. Chiropractic and Pilates Therapy for the Treatment of adult scoliosis. JMPT. May 2002.
19. Garcia NA et al. Effectiveness of Back School versus McKenzie Exercises in Patients with Chronic Nonspecific Low Back Pain: A Randomized Controlled Trial. Phys Ther 2013 June 93:729-747.
20. Paffenbarger R, Hyde R, Wing, A, Hsieh C. Physical activity, all cause mortality, longevity of college alumni. N Eng. J Med 1986; 314:605-613.
21. Patrick Milroy et al. Factors affecting compliance to chiropractic prescribed home exercise: a review of the literature. J Can Chiropr Assoc 2000; 44(3).