PREVALÊNCIA DE LESÕES NO COLO UTERINO POR HPV EM JOVENS: UM ESTUDO TRANSVERSAL NO ESTADO DO PARANÁ

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ISSN: 1982-114X
Editor Chefe: Nelton Anderson Bespalez Corrêa
Início Publicação: 31/01/1997
Periodicidade: Quadrimestral
Área de Estudo: Ciências da Saúde

PREVALÊNCIA DE LESÕES NO COLO UTERINO POR HPV EM JOVENS: UM ESTUDO TRANSVERSAL NO ESTADO DO PARANÁ

Ano: 2025 | Volume: 29 | Número: 2
Autores: Helena Maria Prado Domingues, Valentina Lima Cartaxo da Silva, Eduarda Menin da Silva, Erik Nobuyoshi Ishida, Clarissa Valera Bonzato, Isadora Lima Cartaxo da Silva, Augusto Fassini Font, Fernanda Villar Fonseca   
Autor Correspondente: Helena Maria Prado Domingues | [email protected]

Palavras-chave: Papilomavírus Humano, Câncer de Colo Uterino, Rastreamento, Human papillomavirus, Uterine Cervical Neoplasms, Tracking, Papilomavirus humano, Neoplasias del cuello uterino, Seguimiento

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O Papilomavírus Humano é um vírus DNA de fita dupla não envelopado, da família Papillomaviridae, e representa fundamental agente etiológico no desenvolvimento do câncer do colo do útero. A transmissão ocorre principalmente por meio do contato sexual, com infecção das camadas basais do epitélio escamoso via microabrasões. Trata-se de uma infecção comum, acometendo cerca de 80% da população sexualmente ativa exposta ao vírus em algum momento da vida. Diante desse cenário, este estudo tem como objetivo analisar a prevalência e incidência de lesões precursoras significativas de câncer invasor de colo uterino em mulheres jovens fora da faixa etária recomendada para rastreamento, no estado do Paraná. Para isso, foi conduzido um estudo de natureza epidemiológica observacional, de delineamento transversal, utilizando dados do Sistema de Informação do Câncer (2019-2024). Ao todo, foram avaliados 1.817.058 exames citológicos, abrangendo mulheres de diferentes faixas etárias. Os resultados evidenciaram uma progressão na incidência de lesões de alto grau a partir dos 15 anos, com pico entre 30 e 34 anos. Embora a maioria das infecções em jovens seja transitória, 5,92% dos casos abaixo de 25 anos já apresentavam lesões precursoras avançadas. Os achados reforçam a atual recomendação de rastreamento a partir dos 25 anos, mas indicam a necessidade de estratégias personalizadas para subgrupos de maior risco. Assim, a ampliação seletiva do rastreamento pode otimizar a prevenção do câncer cervical e reduzir a morbimortalidade associada. Sendo assim, conclui-se que diante das limitações do rastreamento do câncer de colo uterino baseado apenas na idade, evidencia-se a necessidade de estratégias personalizadas, especialmente para mulheres com fatores de risco. Além disso, o fato de 5,92% das lesões graves ocorrerem antes dos 25 anos reforça a importância de reavaliar os critérios atuais para diagnóstico precoce e prevenção deste tipo de câncer.



Resumo Inglês:

The Human Papillomavirus (HPV) is a double-stranded DNA virus, non-enveloped, from the Papillomaviridae family, and is a key etiological agent in the development of cervical cancer. Transmission occurs mainly through sexual contact, with infection of the basal layers of the squamous epithelium via microabrasions. This is a common infection, affecting approximately 80% of the sexually active population at some point in life. Given this context, this study aims to analyze the prevalence and incidence of significant precancerous lesions and invasive cervical cancer in young women outside the recommended age range for screening, in the state of Paraná. For this purpose, an observational epidemiological study with a cross-sectional design was conducted, using data from the Cancer Information System (2019-2024). In total, 1,817,058 cytological exams were evaluated, covering women of different age groups. The results revealed a progressive increase in the incidence of high-grade lesions starting at age 15, with a peak between 30 and 34 years. Although most infections in young women are transient, 5.92% of cases under 25 years of age already exhibited advanced precancerous lesions. These findings support the current recommendation to start screening at age 25, but also highlight the need for personalized strategies for higher-risk subgroups. Therefore, selective expansion of screening could optimize cervical cancer prevention and reduce associated morbidity and mortality. In conclusion, considering the limitations of age-based cervical cancer screening, there is a clear need for personalized strategies, especially for women with risk factors. Furthermore, the fact that 5.92% of severe lesions occur before age 25reinforces the importance of reassessing current criteria for early diagnosis and prevention of this type of cancer.



Resumo Espanhol:

El Virus del Papiloma Humano (VPH) es un virus de ADN de doble hebra, no envuelto, perteneciente a la familia Papillomaviridae, y representa un agente etiológico fundamental en el desarrollo del cáncer de cuello uterino. Su transmisión ocurre principalmente a través del contacto sexual, con infección de las capas basales del epitelio escamoso mediante microabrasiones. Se trata de una infección común, que afecta a aproximadamente el 80% de la población sexualmente activa en algún momento de la vida. Ante este escenario, el presente estudio tiene como objetivo analizar la prevalencia e incidencia de lesiones precursoras significativas y de cáncer invasor de cuello uterino en mujeres jóvenes fuera del rango etario recomendado para el tamizaje, en el estado de Paraná. Para ello, se realizó un estudio de naturaleza epidemiológica observacional, con diseño transversal, utilizando datos del Sistema de Información del Cáncer (2019-2024). En total, se evaluaron 1.817.058 exámenes citológicos, abarcando mujeres de diferentes grupos de edad. Los resultados evidenciaron una progresión en la incidencia de lesiones de alto grado a partir de los 15 años, con un pico entre los 30 y 34 años. Aunque la mayoría de las infecciones en jóvenes son transitorias, el 5,92% de los casos en menores de 25 años ya presentaban lesiones precursoras avanzadas. Los hallazgos refuerzan la recomendación actual de iniciar el tamizaje a partir de los 25 años, pero también indican la necesidad de estrategias personalizadas para subgrupos de mayor riesgo. De este modo, la ampliación selectiva del tamizaje podría optimizar la prevención del cáncer cervical y reducir la morbimortalidad asociada. En conclusión, ante las limitaciones del tamizaje basado exclusivamente en la edad, se evidencia la necesidad de estrategias personalizadas, especialmente para mujeres con factores de riesgo. Además, el hecho de que el 5,92% de las lesiones graves se presenten antes de los 25 años refuerza la importancia de revisar los criterios actuales de diagnóstico precoz y prevención de este tipo de cáncer.