OBJETIVO:
Determinar a frequência e o perfil das cardiopatias congênitas em portadores de sÃndrome de Down atendidos em serviço de referência de cardiologia pediátrica, considerando-se a idade do encaminhamento, o sexo, o tipo de cardiopatia diagnosticada ao ecocardiograma transtorácico e sua associação com hipertensão pulmonar ao diagnóstico inicial.
MÉTODOS:
Estudo de corte transversal com coleta retrospectiva de dados de 138 pacientes portadores de sÃndrome de Down de um total de 17.873 prontuários. Os dados foram submetidos à análise descritiva, utilizando-se o programa Epi-Info, versão 7.
RESULTADOS:
Entre os 138 pacientes com sÃndrome de Down, houve maior prevalência do sexo feminino (56,1%) e 112 (81,2%) foram diagnosticados com cardiopatia congênita. Entre as cardiopatias, a mais comum foi a comunicação interatrial ostium secundum, com frequência de 51,8%, seguida pelo defeito do septo atrioventricular, com 46,4%. A comunicação interventricular estava presente em 27,7%, enquanto a tetralogia de Fallot representou 6,3% dos casos. Outras cardiopatias totalizaram 12,5%. A hipertensão pulmonar associou-se a 37,5% das cardiopatias. Apenas 35,5% dos pacientes foram encaminhados ao serviço até os seis meses de idade.
CONCLUSÕES:
O baixo percentual de encaminhamento até os seis meses chama atenção para a necessidade de um melhor rastreamento dos portadores da sÃndrome no contexto das cardiopatias congênitas, tendo em vista a alta frequência e a progressão da hipertensão pulmonar.