Neste trabalho discute-se a obra literária e filosófica de Nísia Floresta Brasileira Augusta, a primeira filósofa brasileira que, em pleno século XIX, em um mundo em que as letras eram em sua maioria um privilégio para pessoas brancas e masculinas, representa e marca uma divisória, na medida em que ao tomar como substrato os problemas europeus e brasileiros, escreve sobre sua época, e ao mesmo tempo rompe com ela, se projetando no futuro. Por essa razão, apresenta-se e analisa-se três textos da autora, a saber: o Opúsculo humanitário (1853), o poema histórico A Lágrima de um caeté (1849) e o texto publicado em forma de folhetim Páginas de uma vida obscura (1855). Por fim, conclui-se que nesse torrão nominado Brasil, tem-se, em plena sociedade oitocentista, uma mulher que está pensando o mundo para além da modernidade, que não se limita a egoidade europeia, mas pensa um novo mundo.
In this paper, we discuss the literary and philosophical work of Nísia Floresta Brasileira Augusta, the first Brazilian philosopher, who in the mid-nineteenth century, in a world where letters were mostly a privilege for white and male people, Nísia represents and marks a divisor, to the extent that by taking as substrate the European and Brazilian problems she writes about her time, and at the same time breaks with it, projecting herself into the future. For this reason, we will present and analyze three texts by the author, namely: the Opúsculo humanitário (1853), the historical poem A Lágrima de um caeté (1849), and the text published as a pamphlet Páginas de uma vida obscura (1855). Finally, we conclude that in this land named Brazil, we have, in the middle of nineteenth-century society, a woman who is thinking the world beyond modernity, who does not limit herself to European egoity, but thinks a new world.