Neoplasias cervicofaciais constituem, epidemiologicamente, o quinto tipo de câncer mais comum em toda população mundial. Ainda que se desenvolvam em sítios de fácil acesso ao exame físico, o diagnóstico costuma ser estabelecido em estadiamentos avançados, em razão da combinação de diferentes variáveis, ocasionando severas repercussões negativas sobre os pacientes acometidos e aumento significativo dos custos do tratamento. Foram demonstrados altos índices de morbimortalidade e baixo tempo de sobrevida, sobretudo, nos casos de doença avançada, permanecendo assim, nos últimos anos, apesar dos diversos estudos realizados periodicamente e das novas modalidades diagnósticas e terapêuticas. A pandemia mundial causada, pela COVID-19, impactou na propedêutica desses casos. O principal objetivo deste estudo é abordar aspectos clínicos e epidemiológicos, etiopatogenia, fatores de risco, diagnóstico e princípios básicos da terapêutica oncológica e cirúrgica das principais neoplasias malignas da cavidade oral, faringe, laringe e glândulas salivares por meio de revisão integrativa de bibliografias. A presença de leucoplasias, eritroplasias e queilite actínica são achados que devem ser valorizados durante a abordagem e sempre acompanhados de biópsia, tendo em vista que são lesões pré-malignas com alto potencial de evolução para malignidade. Um de seus principais fatores prognósticos é o atraso no período compreendido entre diagnóstico e o início do tratamento, associados a fatores socioeconômicos, políticos e culturais. As principais neoplasias apresentam tipo histológico comum e os fatores de risco se assemelham em grande parte dos casos, contudo, existem diferentes modalidades terapêuticas devido a particularidades de cada região anatômica. Apesar do advento de novas modalidades para fins diagnósticos e terapêuticos, é imprescindível a capacitação profissional, de ações estratégicas de educação em saúde e prevenção primária para reduzir os casos de diagnóstico tardio e demandas em níveis mais complexos de atenção a fim de reduzir gastos mantidos pelo SUS e melhorar qualidade de vida da população.