Privilégio, poder e performatividade: a ética da matemática na sociedade e na educação

Pesquisa e Ensino

Endereço:
Rua da Prainha, 1326 - Programa de Pós-Graduação em Ensino – PPGE, Pavilhão 01, Sala 06 - Morada Nobre
Barreiras / BA
47810-059
Site: https://revistas.ufob.edu.br/index.php/pqe
Telefone: (77) 3614-3249
ISSN: 2675-1933
Editor Chefe: André Pereira da Costa
Início Publicação: 01/01/2020
Periodicidade: Anual
Área de Estudo: Ciências Humanas

Privilégio, poder e performatividade: a ética da matemática na sociedade e na educação

Ano: 2021 | Volume: 2 | Número: 2
Autores: Ernest, P.
Autor Correspondente: Ernest, P. | [email protected]

Palavras-chave: matemática, ética, poder, sociedade

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Os benefícios indiscutíveis e as virtudes intrínsecas da matemática não deveriam provocar uma cegueira quanto ao possível dano colateral provocado pela sua imensa, impiedosa e destrutiva força**, que é capaz de fazer a educação e a sociedade se renderem em direção a um futuro reformulado. Por causa do grande poder da matemática e da sua influência por toda a sociedade, é preciso realizar uma auditoria ética. Este artigo conduz uma crítica ética considerando quatro aspectos inter-relacionados da matemática na educação e na sociedade e seus impactos negativos. O primeiro deles é a supervalorização da matemática e os efeitos que este poder tem em manter privilégios; em seguida, os poderosos impactos negativos que estudar matemática têm em muitos estudantes de modo individual; terceiro: as aplicações visíveis, porém problemáticas, da matemática dentro da sociedade, as quais são protegidas de críticas porque a matemática continua a ser vista como neutra; o último aspecto é os efeitos profundos e performáticos das aplicações ocultas da matemática reformatadoras da sociedade e modificadoras da vida cotidiana, mas mantidas sem verificação em qualquer sentido. A maior parte deste artigo é dedicada a revelar estes efeitos prejudiciais. As soluções propostas que estão aqui servem para fomentar a consciência ética no estudo de matemática em todos os níveis e também para desafiar o estereótipo generalizado da matemática como algo eticamente neutro.



Resumo Inglês:

The undoubted benefits and intrinsic virtues of mathematics should not blind us to potential collateral damage as the huge juggernaut of mathematics rolls over education and society towards a reshaped future. Because of its great power and influence across the whole of society we need to undertake an ethical audit. This paper conducts an ethical critique that considers four interrelated aspects of mathematics in education and society and their negative impacts. 1. The
overvaluation of mathematics and the effects this power has in maintaining privileges. 2. The powerful negative impacts of mathematical studies have on many individual learners. 3. Visible but problematic applications of mathematics within society that are shielded from criticism because mathematics continues to be viewed as neutral. 4. The profound and performative effects of the hidden applications of mathematics that reformat society and change our everyday lives but remain unchecked in every sense. Most of the paper is devoted to revealing these damaging effects. The solutions proposed are for ethical awareness to be fostered in mathematical study at all levels, as well as challenging the widespread stereotype of mathematics as ethically neutral.



Resumo Espanhol:

Los indiscutibles beneficios y virtudes intrínsecas de las matemáticas no deben cegar ante los posibles daños colaterales que ocasiona su inmensa, despiadada y destructiva fuerza, capaz de hacer que la educación y la sociedad se rindan hacia un futuro reformado. Debido al gran poder de las matemáticas y su influencia en la sociedad, se requiere una auditoría ética. Este artículo realiza una crítica ética considerando cuatro aspectos interrelacionados de las matemáticas en la educación y la sociedad y sus impactos negativos. El primero es la sobrevaloración de las matemáticas y los efectos que este poder tiene sobre el mantenimiento de privilegios; luego, los poderosos impactos negativos que el estudio de las matemáticas tiene en muchos estudiantes individualmente; tercero: las aplicaciones visibles pero problemáticas de las matemáticas en la sociedad, que están protegidas de la crítica porque las matemáticas siguen considerándose neutrales; el último aspecto son los efectos profundos y performativos de las aplicaciones ocultas de las matemáticas que reformatean la sociedad y modifican la vida diaria, pero que no se controlan en ningún sentido. La mayor parte de este artículo está dedicada a revelar estos efectos nocivos. Las soluciones propuestas aquí sirven para fomentar la conciencia ética en el estudio de las matemáticas en todos los niveles y también para desafiar el estereotipo generalizado de las matemáticas como algo éticamente neutral.