O presente artigo procura analisar elementos das formas com que o Estado gerencia processos de remoção urbana e seus efeitos sobre a população diretamente impactada por transformações em territórios urbanos, neste caso, da cidade de Porto Alegre/RS. Através do percurso etnográfico que realizei junto aos moradores da Ilha Grande dos Marinheiros, uma das regiões de maior influência da obra da Segunda Ponte do Guaíba, pude colher algumas impressões acerca dos efeitos da agência estatal e do enredamento burocrático da população periférica desta ilha em práticas que chamo de processos de inscrição. Diante de um determinado planejamento urbano, a comunidade em questão viu-se inserida em uma “gramática” própria dos sistemas burocráticos e teve seu futuro impactado pela maneira com que o empreendimento da ponte veio a ser implementado.
The present article aims to analyze some elements of the ways that the State manages urban removals procedures and the effects to the directly impacted population through transformations on the urban territory, in this case, of Porto Alegre/RS. Through the ethnographic route that I followed along with the residents of the Ilha Grande dos Marinheiros, one of the regions under major influence of the Second Guaíba Bridge construction, I gathered some impressions about the effects of the state agency and the bureaucratic entanglement of the peripheral population of this island in practices here called inscription processes. Against a determined urban planning, the community in case saw itself inscribed through the bureaucratic systems’ exclusive “grammar” and had its future impacted by the way with the development of the bridge was carried out.