Buscamos apresentar perspectivas teóricas que compõem ou influenciaram os chamados estudos pós-coloniais e decoloniais. Para tanto, iniciamos por Foucault que possibilitou a percepção do poder entremeado às microrelações, com ênfase ao disciplinamento dos corpos e à criação das normas subliminares de conduta. Transitamos em seguida por Derrida e Hall a fim de marcar as influências pós-moderna e pós-estruturalista na descolonização epistemológica. Ao trazer o debate para as vozes silenciadas pela diferença colonial - antítese da différance - observamos o benefício da expressão entre-lugar do brasileiro Santiago e do indiano Bhabha, como possível sinônimo de hibridismo, trânsito, fronteira, a partir das quais identidades são deslocadas e reinventadas. Acrescemos os latino-americanos do grupo modernidade-colonialidade, Quijano e Maldonado-Torres a fim de expor os tipos de colonialidade existentes e a necessidade de pensar epistemologias próprias que possam superá-los, a exemplo do feminismo decolonial de Spivak (2010), Lerma (2014) e Lugones (2011). Concluímos que há relevância nas inquietações acerca das persistentes colonialidades do poder, do saber e do ser, e chamamos atenção para a necessidade da desconstrução como método de compreensão das realidades e dos discursos sobre as realidades com o intuito de conceber uma crítica intelectual mais efetiva à produção e reprodução das subalternidades.
With this work, we sought to present theoretical perspectives that comprise or have influenced the so called postcolonial and decolonial studies. To this end, we started by Foucault that enabled the perception of streaky power to micro-relations, emphasizing the discipline of bodies and the creation of subliminal rules of conduct. Then, we move by Derrida and Hall to mark the postmodern influences and poststructuralist in epistemological decolonization. By bringing the debate to the voices silenced by the colonial difference – antithesis of différance – noted the benefit of the expression between-the-place of the Brazilian Santiago and Indian Bhabha, as a possible synonym for hybridity, transit, border, from which identities are displaced and reinvented. We add the Latin American group called modernity-coloniality, Quijano and Maldonado – Torres to expose the types of colonialism and the need to think own epistemology that can overcome it, like the decolonial feminist Spivak (2010), Lerma (2014) and Lugones (2011). We conclude that there is relevance in concerns about the persistent coloniality of power, of knowledge and of being, and called attention to the need of deconstruction as a method of understanding the realities and speeches about the realities in order to devise a more effective intellectual critique of production and reproduction of subalternities.