O problema central está no letramento de alunos surdos, o que levou à reflexão sobre a constituição do pensamento através de signos e seus possÃveis significados construÃdos socialmente. Faz-se a tentativa de preencher a lacuna apontada por Lebedeff (2010) sobre quais seriam as práticas pedagógicas advindas da necessidade discursiva da experiência visual da surdez e a quais eventos de letramento visual se referem esses discursos. Para a compreensão das negociações de sentido, parte-se para a linguagem de interações que é fator fundamental à compreensão da comunicação e da sociabilidade; estas não se concretizam somente por meios e suportes, mas também mediada por interpretações, anseios e conflitos. Considerando que a perspectiva fundamental da didática assume o processo ensino-aprendizagem em sua multidimensionalidade, ou seja, os aspectos polÃtico, humano e técnico, como nos indica Candau (2012), enxergá-la junto a uma parte dos instrutores surdos de lÃngua de sinais fez parte da proposta desta pesquisa-ação que demandou filmagens de estilos de aula e de recursos usados em escolas-piloto de Educação BilÃngue no MunicÃpio do Rio de Janeiro. Justifica-se o esforço de análise e, principalmente, de catalogação dos artefatos encontrados nas escolas públicas municipais cariocas, na qual o pano de fundo não deixa de ser as narrativas surdas, porém não nos prendendo a elas, mas à arte dos surdos e de alguns ouvintes em criar suportes, recursos, práticas pedagógicas que criam outros modos de ensino-aprendizagem em prol de uma didática da invenção surda.